Raphael Zanette
No último mês estive na Argentina visitando algumas bodegas em Salta, uma região menos conhecida e badalada que Mendoza – destino adorado por brasileiros e que representa quase 80% da produção argentina de vinhos. A província de Salta, no Noroeste argentino, tem em sua capital de mesmo nome uma cidade histórica, a mais antiga do país. Fundada em 1582, conta atualmente com quase 500 mil habitantes.
Chegando a Salta, se o interesse da viagem for os vinhos, pega-se a Estrada 68 em direção a Cafayate. São aproximadamente três horas de viagem com um visual de tirar o fôlego. Nas proximidades de Cafayate está a ‘Quebrada de las Conchas’, um amplo e colorido vale cortado por um rio que, com suas águas, ajudou a criar formações rochosas incríveis.
O ‘Anfiteatro’, por exemplo, é uma das formações mais famosas do vale. Esculpido pela água e pelo vento, este vale abrupto tem uma grande abertura que literalmente lembra um anfiteatro. A acústica do local é incrível. Não é à toa que a orquestra sinfônica de Salta se apresenta anualmente neste palco natural. Já a ‘Garganta do Diabo’ é uma enorme fenda que também foi criada pela erosão. As cores das formações rochosas são um espetáculo à parte.
Chegando em Cafayate, com apenas 12 mil habitantes, se encontra uma cidade com forte influência espanhola, lindos casarões coloniais e com as melhores empanadas da Argentina. Lá, além da carne, elas levam batatas.
Na próxima coluna falarei um pouco sobre as Bodegas e os vinhos surpreendentes que encontrei por lá.
