Vera Holtz apresenta Ficções no Festival de Curitiba e quer tomar um chope com o público

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Vera Holtz e o músico Federico Puppi estão juntos no palco em “Ficções”, peça inspirada em “Sapiens, Uma Breve História da Humanidade”, do israelense Yuval Harari. (Foto: Annelize Tozzetto)

Vera Holtz está na capital paranaense para apresentar a peça “Ficções”, um dos destaques da 31ª edição do Festival de Curitiba. A atriz participou de uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (29), na sala Jô Soares, localizada no Mabu Curitiba Business, central do maior evento do teatro no Brasil.

Consagrada nos palcos, no cinema e na televisão, Vera acaba de vencer o Prêmio Shell, o mais importante do teatro nacional, por sua atuação em “Ficções”, peça inspirada em “Sapiens, Uma Breve História da Humanidade”, best-seller do israelense Yuval Harari. A encenação faz parte da Mostra Lucia Camargo e tem sessões nesta quinta (30) e sexta-feira (31), sempre às 21h30, no Grande Auditório do Teatro Guaíra.

A atriz revela que, antes mesmo de ser convidada para o papel, já tinha lido o livro e ficado profundamente impactada. “Dei de presente pra muitas pessoas. O pessoal achava muito grande, com muitas páginas, mas eu dizia, ‘vai lendo um pouco por dia’. O brasileiro às vezes não tem muita paciência”, comenta.

Segundo ela, sua grande expectativa é como o espetáculo vai se comportar em um templo sagrado como o Guairão. Até agora, a montagem foi apresentada em teatros menores. “A plateia de Curitiba é muito talentosa, e a cidade sempre foi muito carinhosa comigo”, lembra ela, que diz que depende do público da cidade para tomar um chope. “Ficções” tem muitos momentos de interação com os espectadores, e em um deles – que não revela, para não dar spoiler – a atriz quer ver todo mundo cantando junto. “Um amigo comentou que se a gente conseguir isso, é porque os curitibanos estão gostando mesmo. Aí, vamos tomar um chope”, completa.

Para Vera, a plateia é um corpo vivo. “A cada dia, aqueles homo sapiens reunidos ali se comportam de um jeito. Meu papel é também conduzir, porque preciso levar o público até um determinado estado de espírito, uma emoção x. Você contagia a plateia, e também é contagiada por ela”, revela.

Aos 69 anos de idade, Vera Holtz diz que, às vezes, sente o joelho vacilar e a memória dar uma emperrada. “Meu corpo está pulsando há muito tempo. Antigamente, eu flutuava no palco, mas agora não consigo mais surfar. Antigamente, eu me achava uma deusa. Agora, sou uma deusinha, dou um passo por vez”, brinca.

O músico italiano Federico Puppi, que acompanha a atriz em “Ficções”, discorda. “Tenho 37 anos e não é raro a Vera estar com mais energia do que eu. Por isso, a gente cunhou um apelido pra ela: musa-leoa”, afirma.

A peça fala sobre as muitas ficções criadas pelo ser humano ao longo da história e de como isso ajudou a espécie a formar grandes grupos coesos, colaborar e superar obstáculos. Uma dessas ficções é o dinheiro. Outras, os deuses e as nações. E qual seria a ficção preferida de Vera Holtz? “A empatia? Ou isso é algo natural? Essa é uma das questões que a peça coloca. A vida toda é uma coleção caótica de acasos. Mas não estamos sozinhos. Existem milhões de questões individuais, mas estamos aqui e agora. Isso quer dizer alguma coisa”, finaliza.

Serviço:
Ficções – 31º Festival de Curitiba
Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971 – Centro)
Quando: dias 30 (quinta-feira) e 31 de março (sexta-feira), sempre às 21h30
Valores: R$ 80 e R$ 40 (mais taxas administrativas)
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e no Shopping Mueller – Piso L3 (Av. Cândido de Abreu, 127 – Centro Cívico)

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