Passageiros dos ônibus metropolitanos podem estar pagando tarifa mais cara que o necessário
Uma auditoria no sistema de transporte coletivo metropolitano de Curitiba, feito pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), apontou 21 irregularidades na operação do sistema. Entre eles, é a falta de transparência na bilhetagem eletrônica.
Leia mais sobre o assunto:
- Falta de licitação em transporte metropolitano de Curitiba é investigada
- Falta de licitação em transporte metropolitano de Curitiba dura 10 anos, diz TCE
Como a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) não tinha controle da bilhetagem, existe a possibilidade dos usuários estarem pagando tarifa a mais (ou a menos) do que ela realmente custa para manter o sistema.
Outra irregularidade é a de que as empresas estavam cobrando do governo estadual um subsídio maior do que elas realmente necessitam, já que os dados fornecidos não eram fiscalizados e auditados. O valor era pago conforme a quantidade que elas declaravam.
Ainda como consequência da falta de controle da bilhetagem, a empresa que operam o sistema de bilhetagem tinha acumulado R$ 34,8 milhões, referentes aos créditos vencidos dos usuários. O governo estadual já está descontando esse valor do subsídio que paga mensalmente às operadoras, já que o valor deve voltar ao sistema de transporte para equilibrar o preço da tarifa.
Ainda entre os problemas detectados, existe a falta de controle da qualidade do serviço, o que leva a coletivos cada vez mais lotados e demorados.
Existe também outro inconveniente detectado no sistema atual, sem licitação. Não há qualquer plano de contingência, para manter ou retomar o funcionamento do sistema em caso de crise ou catástrofe. Ou seja, o sistema ia parar de operar e milhares de passageiros ficariam sem deslocamento pela região metropolitana por tempo indeterminado.
Outra questão apontada pelo TCE é que a metodologia de cálculo sobre a depreciação da frota estava levando o governo a pagar valores maiores do que deveria.
Das 21 irregularidades apontadas pelo TCE, seis foram sanadas. Outras 15 devem ser resolvidas, inclusive com a realização de licitação para que empresas operem o sistema metropolitano. O pregão deve ocorrer até março. Até o momento, nenhuma autoridade explicou por qual motivo o sistema ficou 10 anos operando sem licitação, somente com a contratação direta de empresas.