Professor paranaense mostra inclusão de aluno com paralisia cerebral e emociona internautas; assista

Publicado em 10 fev 2022, às 17h49. Atualizado às 17h57.

Nos últimos dias, internautas do mundo todo se emocionaram com um vídeo brasileiro. Nele, um professor de educação física segura um aluno com paralisia cerebral em seus braços para incluí-lo nas atividades. Os dois pulam corda, correm, dão piruetas e caminham. O professor da imagem é de Londrina, no norte do Paraná, e se chama Gean Sampaio. A criança é o Heitor, de 6 anos.

Gean tem 26 anos e, há um, trabalha com educação. Ao RIC Mais, ele, que é formado em educação física, contou que usa suas redes sociais para mostrar o dia a dia de um professor. Os registros começaram depois do pedido de um de seus alunos, que queria gravar vídeos para o TikTok, rede social de vídeos curtos. Com o retorno positivo que teve, postou outros conteúdos do mesmo universo.

Entre esses registros, está o que viralizou em sites nacionais e interacionais. Em um dos compartilhamentos, o vídeo de Gean e Heitor tem mais de 17 milhões de visualizações. As imagens são de uma das várias aulas de educação física que o professor leciona para a turma do pequeno. Heitor, que tem paralisia cerebral, pelos braços de Gean, acompanha todas as atividades.

“O Heitor eu sempre coloquei na inclusão. […] Se for para pular corda, ele vai pular. Nem que a gente corra, ele vai correr. Eu pego ele e corro. Sempre coloquei ele na inclusão”,

Gean Sampaio conta.

Assista ao vídeo:

@tiogean o problema não é ser diferente, e sim ser tratado diferente. ? #fy #foryou #fypシ #professoresnotiktok ♬ Riptide – Vance Joy

Antes do vídeo viralizar, Gean tinha 26 mil seguidores no seu Instagram. Até o fechamento desta matéria, o número chegava a 133 mil.

Uma história de amizade

Gean conta que sempre teve um “olhar voltado para as crianças”. A certeza de que queria ser professor veio durante a faculdade. A princípio, gostaria de ser treinador de futebol, mas o destino o escolheu para outro serviço: professor de educação infantil.

A relação entre Gean e Heitor vai além do vídeo. Os dois se derem bem desde o começo, mesmo que a criança não criasse intimidade facilmente com pessoas do sexo masculino, como relata sua mãe, Priscila Veronezi. O docente lembra de ser alertado pela equipe, momentos antes de conhecê-lo, de que “deveria ir com calma”.

“E eu nunca cheguei devagar, sempre fui elétrico, sempre fui ligado no 220. […] E aí, eu peguei ele no colo. Na hora que eu peguei ele no colo, ele já me deu um abraço. A gente chama de ‘abraço de urso’“,

Gean lembra.

Como uma conexão instantânea, os dois se tornaram mais do que aluno e professor: se tornaram amigos. Desde então, a inclusão é exercitada em todas as aulas de educação física, independentemente do tipo de atividade. Em outras postagens, é possível ver interação das crianças e Heitor aproveitando cada momento.

“Eu falo do Heitor e eu me emociono muito. Não foi eu que escolhi o Heitor, não foi eu que cheguei e comecei a dar aula e incluir ele. Foi ele que me escolheu. Ele que me aceitou”,

o professor relata.
Heitor e Gean. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O que diz a família de Heitor?

O RIC Mais conversou também com Priscila Veronezi, mãe do Heitor. Para ela, é importante que ações positivas, como a exposta no vídeo, alcancem o maior número de pessoas possível. As aulas de educação física eram desafios para o seu filho, que se cansa com facilidade e precisa de ajuda motora. O modo encontrado por Gean o fez aproveitar mais aquele momento na escola.

“Eu sei que a atenção e o carinho do Gean são genuínos com o Heitor. […] Fico feliz que repercutam coisas boas na internet, para que as pessoas possam se inspirar […]. A gente fica feliz, quando o nosso filho, quando tem problema de saúde e tem uma dificuldade, seja bem recebido nas escolas e não seja visto como um fardo, mas como uma criança como outra qualquer”,

Priscila Veronezi explica.

Heitor tem paralisia cerebral decorrente de uma trombose que ele teve aos sete dias de vida. Ele estuda no mesmo colégio, em Londrina, desde o berçário.

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