Acusado de matar Renata Muggiati chega ao tribunal; acompanhe o julgamento em tempo real
Começa nesta quarta-feira (8) o julgamento do médico Raphael Suss Marques, acusado de matar e jogar da janela o corpo da namorada, a fisiculturista Renata Muggiati. Marques nega o crime e alega que a vítima tinha depressão e cometeu suicídio. O réu vai a júri popular no Tribunal do Júri de Curitiba, na sessão com início marcado para às 13h30. A previsão é de que o julgamento se estenda pelo menos até sexta-feira (10).
Acompanhe o julgamento em tempo real:
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Nesta quarta-feira a sessão terá início com o sorteio dos jurados. A seguir, o caso deve ser apresentado e as testemunhas serão ouvidas, de acordo com o entendimento da juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). A expectativa é de que o réu acompanhe presencialmente o júri. Marques está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde 2019, e deve ser escoltado pela polícia até Curitiba para participar do julgamento.
Ainda, a juíza solicitou para a Polícia Militar o reforço no policiamento no entorno do Tribunal do Júri nesta quarta-feira, já que espera-se grande movimentação de pessoas no local. Estarão autorizados a entrar no tribunal, o réu, testemunhas, equipes de acusação e defesa, membros do Ministério Público do Paraná, a juíza e a equipe do tribunal, os jurados, 15 jornalistas, além de 20 familiares, sendo 10 da família da vítima e outros 10 do acusado.
Os advogados da família de Renata, Maria Francisca Accioly e Daniel Laufer, afirmaram que o júri “traz alívio e esperança de justiça” e observaram que, com o levantamento do sigilo do processo “toda a comunidade terá o direito de assistir e acompanhar o julgamento”.
O RIC Mais faz a cobertura completa do caso Renata Muggiati em tempo real, acompanhe abaixo.
Renata Muggiati cai de 31º andar do prédio mais alto de Curitiba
Na madrugada de 12 de setembro de 2015, há 7 anos e 5 meses, a fisiculturista Renata Muggiati foi encontrada morta na calçada do prédio mais alto de Curitiba, localizado na esquina da Rua Visconde do Rio Branco com a Rua Comendador Araújo, no Centro.
Renata estava no apartamento do namorado, o médico Raphael Suss Marques, no 31º andar do edifício. O acusado alegou que ele e a vítima discutiram e que a mulher, abalada, se jogou do prédio. Na época, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou que haviam indícios de suicídio e que a vítima teria morrido por causa da queda. No entanto, as investigações apontaram que o laudo foi falso e que a causa da morte foi asfixia.
Segundo a denúncia do MPPR, Marques teria pago R$ 300 mil para que o médico legista Daniel Colman falsificasse o laudo. Com isso, o corpo de Renata foi exumado, e uma nova perícia constatou que a mulher já estava morta antes da queda do 31º andar.
Nas investigações, testemunhas afirmaram que o relacionamento durou 11 meses e que Marques era violento e abusivo. Uma semana antes da morte de Renata, o Samu foi acionado para uma ocorrência no apartamento e a mulher relatou que tinha sido dopada pelo namorado, que queria tirá-la do prédio.
Marques foi preso temporariamente em 2015, após o crime, foi solto e preso novamente em 2016 suspeito de agredir uma outra ex-namorada. O acusado foi solto em 2017 para ser monitorado por tornozeleira eletrônica, porém faltou a uma audiência do processo do caso de Renata em 2019, para ir a um torneio de pôquer, e teve a prisão decretada pela terceira vez. Desde então, o réu permanece detido.
Raphael Suss é acusado por homicídio qualificado (feminicídio, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa da vítima e motivo torpe), lesão corporal e fraude processual.