Júri popular de ex-policial acusada de matar copeira tem data marcada
O júri popular da ex-policial civil Kátia das Graças Belo, acusada de matar a copeira Rosaira Miranda da Silva, foi marcado para 26 de maio deste ano, a partir das 13h30. A data foi designada nesta terça-feira (26) pelo juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba.
Kátia, que foi demitida da Polícia Civil, é ré por homicídio qualificado. Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em 23 de dezembro de 2016, a então policial se irritou com o barulho de uma festa e atirou da janela do apartamento para o prédio ao lado.
Rosaira estava em uma confraternização com a equipe de trabalho, nos fundos de um lava a jato, e foi atingida na cabeça. Ela morreu no hospital nove dias depois de ser baleada.
Em junho do ano passado, os ministros da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram que a ex-policial será julgada por homicídio com as qualificadoras de motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, com pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.
As qualificadoras foram alvo de discussão judicial nos últimos anos. Em 2017, a Justiça havia decidido que Kátia seria julgada por homicídio simples, com pena que varia de 6 a 20 anos. Após recurso da defesa da vítima, o ministro do STJ Ribeiro Dantas definiu que a ré responderia por homicídio triplamente qualificado.
Depois disso, o próprio ministro reconsiderou a decisão, deixando apenas a qualificadora de motivo fútil. Após novo recurso da família da vítima, o caso foi levado para julgamento do colegiado, que definiu por duas qualificadoras.
O que dizem as defesas
O advogado de defesa da ex-policial, Peter Amaro, afirmou que Kátia tem que ser responsabilizada pelo crime, mas na medida da culpabilidade dela. “Nem mais, nem menos. Conto que seja um resultado justo, correto, que dê conforto para a família da vítima e que seja feita justiça com a Kátia”, disse.
Ygor Salmen, advogado de defesa da família da vítima, disse que a designação do júri significa uma vitória aos familiares de Rosaira, que viram a família se desestruturar por conta de uma ação dolosa e maldosa por parte de uma policial despreparada.
“É um caso que lutamos há anos pra que haja justiça e o sentimento de tranquilidade paire na cabeça dos familiares”, afirmou.