Morte de Tatiane Spitzner: 1 ano após júri de Manvailer, relembre 10 fatos do caso
O júri popular que condenou o biólogo Luiz Felipe Manvailer pela morte da esposa e advogada Tatiane Spitzner, em Guarapuava, na região central do Paraná, completou um ano nesta terça-feira (10). Ele, que está preso, teve a pena fixada em 31 anos, 9 meses e 18 dias por matar a mulher.
O crime aconteceu em julho de 2018. A advogada foi encontrada morta no apartamento onde o casal morava depois de uma queda da sacada. Um laudo da perícia indicou que houve asfixia mecânica como a causa da morte.
Após a condenação, a defesa do marido afirmou que a decisão foi “manifestamente contrária às provas dos autos”. Os advogados recorreram, mas o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) não acatou os argumentos.
Relembre, abaixo, 10 fatos sobre o caso:
Data marcante – uma lei estadual tornou o dia 22 de julho, data da morte de Tatiane, o Dia de Combate ao Feminicídio do Paraná;
3 adiamentos – antes do júri que terminou com a condenação do réu, em maio do ano passado, a realização do julgamento teve três adiamentos. A primeira foi por causa do diagnóstico de Covid de um dos advogados de defesa, em dezembro de 2020. Depois, houve remarcação por incompatibilidade de datas da defesa. Por fim, em fevereiro do ano passado, os advogados do réu abandonaram o plenário após 3 h de julgamento alegando cerceamento de defesa;
7 dias de júri – o julgamento do réu começou na manhã do dia 4 de maio e terminou na noite do dia 10, em Guarapuava, tornando-se um dos júris mais extensos da história do Paraná;
7 jurados homens – das 30 pessoas convocadas para compor o corpo de jurados, quatro mulheres chegaram a ser sorteadas, porém foram dispensadas depois de pedidos da defesa do réu – o que é garantido por lei. Havia apenas uma mulher presente entre advogados, promotores e juiz, que era uma assistente da promotoria;
Esganadura – uma simulação de esganadura feita por um advogado de defesa em uma colega dele, também advogada, repercutiu nacionalmente. Os advogados disseram que a situação foi combinado, mas o fato levou a uma apuração da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
11 horas de interrogatório – Luiz Felipe Manvailer foi interrogado durante 11 horas no júri. Ele chegou a pedir desculpas para a família da vítima antes de responder as perguntas. Ele não respondeu as perguntas feitas pela acusação e negou ter matado a esposa;
Agressões – imagens que mostram agressões do marido à vítima repercutiram nacionalmente quando divulgadas na imprensa. As agressões começaram ainda na garagem do prédio onde moravam;
Influência em outro caso – A atuação da defesa do réu levou a família de uma fisiculturista encontrada morta após cair de um prédio em Curitiba, em 2015, a trocar os defensores, que eram os mesmos de Manvailer. A família alegou incompatibilidade na forma da atuação;
Brutalidade e frieza – O juiz destacou na sentença “a brutalidade e a covardia da conduta criminosa” de Manvailer, como também a frieza dele durante o crime;
Prima vítima de feminicídio – em junho de 2019, o ex-marido da prima de Tatiane, Marcia Spitzner, foi condenado a 78 anos e cinco meses de prisão pela morte dela. O crime aconteceu em 2017, em Cantagalo, na região central.