Israel e o grupo terrorista Hamas discutiram nesta quinta-feira (9) um acordo para cessar-fogo e libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, na primeira fase da iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que visa acabar com a guerra em Gaza.
Até agora esse é o maior passo dado para encerrar dois anos de guerra. As autoridades de ambos os lados confirmaram que discutiram o acordo após conversas indiretas no resort de episódios de Sharm el-Sheikh.
Segundo as negociações, com o fim dos ataques, Israel se retirará parcialmente de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns restantes capturados no ataque que deflagrou a guerra, em troca de centenas de prisioneiros mantidos por Israel.
As frotas de caminhões que transportam alimentos e ajuda médica poderão entrar em Gaza para socorrer os civis, centenas de milhares dos quais estão abrigados em barracas depois que as forças israelenses destruíram suas casas e reduziram cidades inteiras ao pó.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o cessar-fogo entrará em vigor assim que o acordo ratificado pelo seu governo, que se reunirá completamente após uma reunião do seu gabinete de segurança na quinta-feira.
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Repercussão positiva nos dois lados
O anúncio do fim dos combates e do retorno dos reféns foi recebido com júbilo tanto em Gaza quanto em Israel. Einav Zaugauker, cujo filho Matan é um dos últimos reféns, alegrou-se na chamada Praça dos Reféns, em Tel Aviv, onde há muito tempo se reúnem as famílias dos que foram capturados no ataque do Hamas que desencadeou a guerra há dois anos.
“Graças a Deus pelo cessar-fogo, o fim do derramamento de sangue e das mortes”, disse Abdul Majeed Abd Rabbo em Khan Younis, no sul de Gaza. “Não sou o único feliz, toda a Faixa de Gaza está feliz, todo o povo árabe, todo o mundo está feliz com o cessar-fogo e o fim do derramamento de sangue.”
Outras etapas do plano de 20 pontos de Trump ainda precisam ser discutidas como, por exemplo, a forma como a devastada Faixa de Gaza será governada após os combates terminarem; e qual será o destino final do Hamas.
Reação da ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, se alegrou com o acordo que garante o cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza. Para ele, isso representa um caminho para a criação do Estado Palestino. “Peço a todos que aproveitem esta importante oportunidade para estabelecer um caminho político confiável para o futuro”, disse Guterres nas Nações Unidas. “Um caminho para acabar com a ocupação, ponderar o direito à autodeterminação do povo palestino e alcançar uma solução de dois Estados”.
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Repórter
Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.
