Show do Metallica em Curitiba: banda esquenta capital com apresentação repleta de sucessos
Uma seleção única de clássicos do rock levou os curitibanos á loucura na noite deste sábado (7), no estádio Couto Pereira. Metallica comandou um coro de 43 mil vozes por intensas duas horas de pulos, gritos e emoção.
Os portões abriram às 16h e pessoas que vieram de várias cidades do país começaram a se ajeitar por todos os espaços do estádio. As arquibancadas permitiram que a espera fosse mais leve para as famílias e amigos que se reuniram para conhecer os norte americanos de perto.
Antes do Metallica subir no palco foram duas bandas de abertura para esquentar o público na noite que batia aproximadamente 12ºC de temperatura, porém com uma sensação térmica bem menor. A primeira foi a brasileira Ego Kill Talent. A segunda foi o fenômeno Greta Van Fleet. Longos solos e a voz forte do vocalista lembraram muito notas de Led Zepellin. O grupo atraiu a curiosidade do público até o fim.
Assim que Greta deixou o palco, na correria para as filas dos banheiros, Paula Gonçalves, de 12 anos, pediu um lanche para a mãe Priscila, enquanto o pai aguardava as duas na pista. A pequena guitarrista estava ansiosa para ver o rock do Metallica, a música que tanto gosta, ao vivo. A equipe de reportagem da RICtv também encontrou em meio ao público uma menina de 15 anos que ganhou o ingresso para o show de presente de aniversário, o que comprova que, mesmo depois de 40 anos de história, Metallica ainda é um gosto que ultrapassa gerações.
Já com 15 minutos de atraso, o volume da música mecânica aumenta e toca “It’s a Long Way to the Top”, de AC/DC. É o sinal: Metallica está a caminho do palco. Cenas do filme “O Bom, o Mau e o Feio” aparecem no telão com a forte trilha de Ennio Morricone, até que as primeiras notas de Whiplash incendeiam o estádio. Parece que caiu a ficha: sim, James Hetfield, Kirk Hammet, Lars Ulrich e Robert Trujillo estão ali, na frente dos curitibanos. “É Metallica! Metallica!”, gritavam alguns fãs, como se não acreditassem.
A banda seguiu com “Ride the Lightning” e em “Memory Remains”, logo em seguida, o público acompanhou James em um belo coro. Pelo visto a banda gostou. Em inglês, James disse ao público: “Curitiba, finalmente nos conhecemos. Demorou 40 anos, mas nunca é tarde demais”. A interação com o público continuou forte e “Seek and Destroy” pareceu um hino. Já “Moth in to Flames” contou com vários efeitos de explosões ao redor do palco.
Alguns fogos de artifício foram usados como efeito para potencializar o som das metralhadoras ao início de “One”, criando um clima arrepiante. O ritmo do show, porém, baixou um pouco. James pareceu tocar e cantar de forma automática e a música seguinte, “Sad But True”, foi muito mais lenta do que o público estava acostumado. “Whiskey in a Jar”, música que não é do Metallica, mas ficou famosa na versão dos norte americanos, também não foi apresentada com tanto entusiasmo, porém foi bem recebida pelo público.
“Unforgiven” e “Nothing Else Matters”, tocadas mais perto do final da apresentação, foram o momento de ouro dos casais. Por todos os cantos do estádio, abraços e beijos emocionados foram embalados pelas duas melodias no ambiente iluminados por vários celulares de luz acesa. O mesmo clima de admiração pairava no silêncio do estádio, enquanto todos observavam o solo de abertura de “Fade to Black”, um dos riffs de guitarra mais premiados da história do rock. Os efeitos no telão, durante a música, davam a impressão de que a banda caía de um prédio.
Já em “For Whom the Bell Tolls”, “Creeping Death”, “Master of Puppets”e “Battery”, a banda acelerou o passo e pesou a mão. Nesta última, a bandeira do Brasil ficou a mostra no telão e animou o público. James repetiu algumas vezes o quanto estava feliz em ver o público curitibano, e sempre perguntava se todos “ainda estavam vivos”. Na pista, grupos de amigos pulavam juntos. Rodinhas se formaram. Cabelos giravam no ritmo das batidas de Lars. Tudo ficou ainda mais intenso na última música, a clássica “Enter Sandman”. Até quem passou o show inteiro parado só observando, não aguentou e começou a pular.
A apresentação terminou depois de um belo show de fogos e a banda ficou longos minutos ainda no palco, interagindo com o público, para tirar fotos e distribuir palhetas e baquetas. James puxou uma “ola”, e Lars pegou o microfone para agradecer a participação do público e falar da alegria de conhecer Curitiba. A banda em poucos minutos já estava dividida em três carros e uma van para deixar o estádio escoltada por um grupo de elite da Polícia Civil paranaense. Já o público… esse ainda ficou no Couto Pereira por algumas horas. Foi tudo tão intenso, que duas horas passaram como se tivessem sido minutos.