Após mais de um ano desde sua conclusão estrutural, a Ponte da Integração Brasil–Paraguai, localizada entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY), está próxima de ser liberada para o tráfego. A previsão, segundo autoridades envolvidas, é que a nova ligação internacional entre em operação já em janeiro de 2026, transformando o fluxo logístico e turístico na região da Tríplice Fronteira.

Ponte Brasil-Paraguai e César Landy Torres em entrevista
César Landy Torres disse que ponte pode estar habilitada já no mês de janeiro (Foto: Jonathan Campos/AEN e Erick Mota (Ric.com.br)

Durante a Expo Paraguay Brasil 2025, o governador do departamento de Alto Paraná, César Landy Torres, reforçou a expectativa em torno da liberação da ponte e detalhou o cenário atual das obras de acesso, especialmente do lado brasileiro.

“Nós estivemos ontem com o presidente da República, Santiago Peña, com o governador do estado do Paraná, que é responsável pela obra complementária que está sendo feita em Foz de Iguaçu, e o Ministério de Obras Públicas do lado do Paraguai, para ver o avanço das obras complementárias, porque a ponte já terminou faz um ano, só que estamos precisando das obras complementárias. O governador do estado do lado do Paraná, Ratinho Junior, ele falou que para o fim de novembro, primeira semana de dezembro, eles estariam entregando a obra para o Governo Federal, para a Receita Federal estabelecer já com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) do lado paraguaio e poder habilitar isso já para o mês de janeiro”, afirmou Torres, em entrevista exclusiva ao Grupo Ric, que é media partner do evento.

A nova estrutura foi construída sobre o Rio Paraná, na região do bairro Porto Meira, em Foz, próximo à fronteira com Argentina e Paraguai. Com 760 metros de extensão e vão-livre de 470 metros — o maior da América Latina — a ponte é estaiada e conta com duas torres de sustentação de 120 metros de altura. Foram investidos mais de R$ 460 milhões na obra, com recursos da Itaipu Binacional, executada pelo DER/PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) em parceria com o Governo do Estado do Paraná e o Governo Federal.

Ponte da Integração Brasil–Paraguai: impacto logístico e funcionalidade 24h

Atualmente, o tráfego pesado entre os dois países é feito exclusivamente pela Ponte da Amizade, com restrição de horários para caminhões, o que representa um gargalo logístico para exportações e importações entre Brasil e Paraguai. A nova ponte surge justamente para aliviar esse fluxo e ampliar a janela operacional do transporte.

“Hoje com a ponte da Amizade, o transporte da logística só acontece entre 6h da tarde até 6h da manhã, então tem horário onde a logística fica parada. Isso atrasa muito também as diferentes inversões, o traslado de matéria-prima por parte do Paraguai para o Brasil”, explicou o governador de Alto Paraná.

Acessos e aduanas da Ponte da Integração

No Brasil, as obras de ligação entre a BR-277 e a nova ponte seguem em fase final. A principal delas é a Perimetral Leste, que terá cerca de 15 quilômetros de extensão, seis viadutos e duas aduanas. Em agosto, a rodovia já havia alcançado 75% de execução. A expectativa do Governo do Paraná é entregar a estrutura ao Governo Federal até dezembro, para que a Receita Federal e o DNIT finalizem a implantação dos sistemas alfandegários e de controle.

Do lado paraguaio, os acessos e a parte aduaneira já estão prontos. Durante visita à obra, o presidente Santiago Peña afirmou: “Para nós é muito importante o avanço da integração física entre as duas regiões. Brasil e Paraguai são países irmãos, Paraná e o departamento de Alto Paraná são estados irmãos e essa ponte, que foi sonhada por muitos anos, já é uma realidade e está muito perto de ser liberada”.

Corredor Bioceânico

A nova ponte também será um ponto estratégico dentro do projeto do Corredor Bioceânico, que deve ligar o Atlântico ao Pacífico, com potencial de transformar o Paraguai em rota alternativa para o escoamento da produção paranaense e brasileira rumo aos portos do Chile.

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Erick Mota posando para foto
Erick Mota

Editor-chefe

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.