Caso Daniel: depoimento de apresentador de TV faz juíza transferir interrogatórios
Os interrogatórios do Caso Daniel foram transferidos para os dias 4, 5 e 6 de setembro, pela juíza Luciane Martins de Paula, depois que uma quinta testemunha foi elencada no processo no início da tarde desta terça-feira (13), no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Os sete acusados pelo morte do jogador e quatro testemunhas seriam ouvidas nos dias 13, 14 e 15 de agosto. No entanto, os depoimentos foram suspensos quando a terceira testemunha a falar relevou um fato até então desconhecido.
Apresentador de TV deverá ser ouvido no Caso Daniel
Durante o testemunho do proprietário da loja de celulares que consertou o aparelho telefônico de Cristiana Brittes, o homem declarou que um apresentador de televisão de Curitiba também teve acesso ao celular. Foi então que Cláudio Dalledone Junior, advogado de defesa da família Brittes, solicitou que essa pessoa também seja ouvida em juízo.
Ainda na manhã desta terça-feira, um oficial de justiça tentou localizar o apresentador de TV e como não foi possível, houve a transferência do interrogatório dos sete réus para setembro. Quando também deve ocorrer a acareação entre o proprietário da loja de celulares e o apresentador de televisão.
“Fato ocorrido, fato muito grave, fato muito sério, um apresentador de TV sai do palco, sai do auditório, vai até uma assistência técnica tentando fazer as vezes de policial, de perito ou sabe se lá o que, pega nessa prova e fala para todos que está colaborando com as investigações, diz que aquilo ele vai levar pro processo, leva pro processo, segundo ele”, declarou Dalledone.
Nilton Ribeiro, advogado contratado pela família do jogador e assistente de acusação no processo, declarou que não vê problemas na mudança da data dos interrogatórios do Caso Daniel. “É uma decisão correta da Dra. Luciane e nos dias 4, 5 e 6 de setembro voltarão os trabalhamos e vamos ouvir os acusados. […] Nós buscamos a condenação, se a condenação vai ser nesse ano ou no próximo ano para nós não muda nada. Nós procuramos e vamos perseguir a condenação de todos”, disse.
Acusados pela morte do jogador Daniel
Ao todo, sete pessoas são acusadas por envolvimento no assassinato do jogador Daniel. Veja quem são e por quais crimes respondem:
- Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;
- Cristiana Brittes (35 anos): homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
- Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
- Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
- Ygor King (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
- David Willian da Silva (18 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
- Evellyn Brisola (19 anos): denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.
Com exceção de Evellyn Brisola e Allana Brittes, que saiu da prisão há menos de uma semana, todos os outros esperam pelo julgamento na prisão.
Só depois dos interrogatórios do Caso Daniel em setembro, é que a juíza irá decidir se os acusados irão a juri popular ou não.
Relembre o Caso do jogador Daniel
O jogador Daniel foi morto brutalmente, na manhã de 27 de outubro de 2018, após uma confusão ocorrida na residência dos Brittes. Na ocasião, cerca de 15 pessoas estavam na casa participando de um after como continuação do aniversário de Allana Brittes, que havia ocorrido em uma casa noturna de Curitiba.
Daniel foi flagrado por Edison Brittes com sua esposa Cristiana Brittes no quarto do casal. Segundo o depoimento de Cristiana Brittes, ela teria acordado com jogador Daniel apenas de cueca no local. A defesa da família Brittes alega que o jogador tentou estuprar Cristiana enquanto os advogados da família de Daniel afirmam que tudo não passou de uma brincadeira infantil e de mau gosto do jovem.
O resultado do flagrante foi o espancamento do jogador ainda na casa dos Brittes e seu assassinato na Colônia Mergulhão, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Ele teve seu pescoço parcialmente decapitado com uma faca de churrasco e o órgão sexual extirpado por Edison Brittes.
Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva estavam presentes no momento em que o jogador foi morto em uma plantação de pinus. Todos negam a participação direta no crime. No entanto, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) não acreditou em suas versões e indiciou os três por homicídio.
Nos dias que seguiram após o assassinato do jogador Daniel, a família Brittes tentou convencer as testemunhas, que estavam na casa, a confirmarem que o jogador havia ido embora sozinho do local. No Instagram, Allana Brittes postou fotografia com o jogador como forma de luto, além de mentir para Eliane Corrêa, mãe do jogador, sobre o que havia ocorrido. Edisson Brittes chegou a ligar para Eliane para dar os pêsames e oferecer auxílio em um momento tão difícil.