Caso Daniel: três acusados deixam prisão e apenas Edison Brittes permanece na cadeia

Publicado em 9 out 2019, às 00h00.

Mais três réus do processo que envolve a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas foram autorizados para responder ao caso em liberdade. Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King e David Willian Vollero deixaram a Casa de Custódia de São José dos Pinhais na tarde desta quarta-feira (9), após uma autorização da juíza em relação a decisão do Ministério Público (MP) divulgada nesta terça-feira (8).

Agora, dos sete réus envolvidos no caso apenas Edison Brittes permanece em regime fechado. Eduardo, David e Ygor se juntam a Allana Brittes, Cristiana Brittes e Evellyn Brisola que já estavam em liberdade com medidas cautelares.

Caso daniel Edison

Edison Brittes permanece preso (FOTO: REPRODUÇÃO/ RIC)

Réus saem pela porta alternativa

Os três réus liberados na tarde desta quarta-feira (9) não tiveram contato com a imprensa no momento que deixaram a Casa de Custódia. Enquanto o advogado atendia a imprensa em frente ao local, Eduardo, David e Ygor utilizaram uma saída alternativa para não serem vistos deixando a cadeia.

Com a liberdade provisória, os acusados deverão seguir medidas cautelares:

  • comparecimento periódico mensal (uma vez por mês) em juízo, para informar e justificar suas atividades (art. 319, inciso I, do CPP);
  • proibição de acesso ou frequência a bares, casas noturnas, bem como ao local onde ocorreram os fatos (art. 319, inciso II, do CPP);
  • proibição de manter contato, diretamente ou por interposta pessoa (inclusive mediante contato telefônico, ou qualquer outro meio de comunicação), com as vítimas e testemunhas, eis que por circunstâncias relacionadas aos delitos, devem os acusados delas permanecerem distantes, a fim de evitarem-se eventuais ameaças ou constrangimentos de qualquer espécie à tais pessoas (art. 319, inciso III, do CPP);
  • proibição de ausentar-se da Comarca sem autorização prévia deste Juízo (art. 319, inciso IV, do CPP);
  • recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga (art. 319, inciso V, do CPP).

Caso deixem de cumprir alguma medida a liberdade provisória pode ser revogada.

Veja as acusações pedidas pelo MP-PR:

  • Edison Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de adolescente e coação no curso do processo;
  • Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe; fraude processual; corrupção de adolescente e coações no curso do processo;
  • Allana Brittes: fraude processual; corrupção de adolescente; coações no curso do processo;
  • David Willian Vollero: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
  • Ygor King: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual e corrupção de adolescente;
  • Evellyn Brisola Perusso: fraude processual.caso daniel reus

Relembre o Caso do jogador Daniel

O jogador Daniel foi morto brutalmente, na manhã de 27 de outubro de 2018, após uma confusão ocorrida na residência dos Brittes. Na ocasião, cerca de 15 pessoas estavam na casa participando de um after como continuação do aniversário de 18 anos Allana Brittes, que havia ocorrido em uma casa noturna de Curitiba.

Daniel foi flagrado por Edison Brittes com sua esposa Cristiana Brittes no quarto do casal. Segundo o depoimento de Cristiana Brittes, ela teria acordado com jogador Daniel apenas de cueca no local. A defesa da família Brittes alega que o jogador tentou estuprar Cristiana enquanto os advogados da família de Daniel afirmam que tudo não passou de uma brincadeira infantil e de mau gosto do jovem.

O resultado do flagrante foi o espancamento do jogador ainda na casa dos Brittes e seu assassinato na Colônia Mergulhão, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Ele teve seu pescoço parcialmente decapitado com uma faca de churrasco e o órgão sexual extirpado por Edison Brittes.

Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva estavam presentes no momento em que o jogador foi morto em uma plantação de pinus. Todos negam a participação direta no crime. No entanto, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) não acreditou em suas versões e indiciou os três por homicídio.

Nos dias que seguiram após o assassinato do jogador Daniel, a família Brittes tentou convencer as testemunhas, que estavam na casa, a confirmarem que o jogador havia ido embora sozinho do local. No Instagram, Allana Brittes postou fotografia com o jogador como forma de luto, além de mentir para Eliane Corrêa,  mãe do jogador, sobre o que havia ocorrido. Edisson Brittes chegou a ligar para Eliane para dar os pêsames e oferecer auxílio em um momento tão difícil.