MP-PR pede que avó de Eduarda Shigematsu volte para a cadeia
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu que Terezinha de Jesus Guinaia, avó de Eduarda Shigematsu encontrada morta em Rolândia, no norte do Paraná, volte para a cadeia após ter sido solta na última quinta-feira (27). No Caso Eduarda, a avó e o pai da criança são acusados por homicídio triplamente qualificado.
Segundo o promotor de Justiça Hideraldo José Real, do MP-PR, a soltura da ré “gerou grande clamor e repercussão negativa na sociedade local”.
Veja vídeo do Caso Eduarda Shigematsu onde a menina ajuda na horta da avó.
Caso Eduarda: avó e pai são indiciados por homicídio
Tanto Terezinha como o filho Ricardo Seidi foram acusados, pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), no dia 25 de junho, por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica no Caso Eduarda. A avó, mesmo assim, foi solta dois dias depois porque a Justiça declarou que com o inquérito da Polícia Civil já concluído, a ré não poderia atrapalhar as investigações.
Ricardo Seidi permanece preso pela morte no Caso Eduarda
No mesmo documento que determinou a soltura da avó do Caso Eduarda, o pai da vítima teve a prisão temporária convertida em preventiva. Conforme a decisão do juiz Alberto José Ludovico, responsável pelo caso, o pai foi o principal agente do crime e sua eventual soltura seria uma afronta à sociedade.
Ainda segundo o juiz, Ricardo Seidi é considerado autor do assassinato da filha. Ao contrário do que ele confessou em depoimento: que apenas encontrou a criança morta e enterrou o corpo.
Mãe de Eduarda não concordou com a soltura da avó
Ainda no dia 27 de junho, Hugo Juan Esteves, advogado que representa Jéssica Pires, mãe de Eduarda, se manifestou contra a decisão. Em nota, ele informou que iria recorrer a decisão, principalmente, porque o próprio Ricardo confirmou, em depoimento, que a avó da criança sabia ao menos da ocultação de cadáver.
Jéssica teve a filha com apenas 16 anos e, na época, segundo ela, não quis entregar a guarda da filha para a avó e o pai de Eduarda Shigematsu. “Eu nunca quis entregar a minha filha. Por mais que eu tava passando por momentos difíceis eu levava ela aonde eu fosse. Eu não cheguei nem a ser ouvida no processo de guarda. O juiz simplesmente concedeu a guarda para ela”, disse. Leia entrevista completa.
Entenda a morte da criança no Caso Eduarda
Eduarda Shigematsu, de 11 anos, vivia com o pai e avó em Rolândia, no norte do Paraná, e desapareceu no dia 24 de abril. Sua avó chegou a registrar um Boletim de Ocorrência, no entanto, mais tarde, foi descoberto que Terezinha já sabia que a neta estava morta quando foi até a delegacia.
Quatro dias depois, 28 de abril, o corpo de Eduarda foi encontrado enterrado nos fundos de uma casa que pertence ao seu pai. Em uma cova rasa, a criança estava com as mãos e pés amarrados e a cabeça envolta em um saco plástico.
De acordo com a Polícia Civil, que teve acesso a câmeras de segurança instaladas na rua da residência. Ricardo Seidi chegou com um carro preto por volta das 13h37 da quarta-feira (24) – dia em que a menina desapareceu – e permaneceu por aproximadamente 20 minutos no local.
Ricardo foi preso no mesmo dia e confessou à polícia ter enterrado o corpo da filha. Segundo sua versão, ele tomou a atitude depois de encontrar a menina enforcada dentro de seu próprio quarto.“O pai, bastante frio, disse que no dia dos fatos estava na residência quando encontrou ela enforcada no quarto dela”, explicou, na época, o delegado Ricardo Jorge.
No dia 29 de abril, os resultados de exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) apontaram que Eduarda morreu por esganadura.
Já no dia 30 de abril, a avó de Eduarda Shigematsu foi presa após prestar depoimento. O delegado Bruno Rocha, que colheu o testemunho, afirmou que ela tentou ludibriar os policiais e já saberia da morte da neta quando registrou Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento. Tereza negou as acusações e ao saber de sua detenção chorou e chamou o filho de monstro.