Caso Magó: suspeito é indiciado por homicídio qualificado e estupro de bailarina

por Redação RIC.com.br
com reportagem da RIC Record TV, Maringá
Publicado em 13 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 16h11.

Flávio Campana, de 40 anos, suspeito de estuprar e assassinar a bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, em uma cachoeira em Mandaguari, no noroeste do Paraná, foi indiciado por homicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver. 

As qualificadoras do homicídio são: 

  • motivo fútil;
  • meio cruel;
  • não deu chances de defesa para a vítima; 
  • homicídio cometido para perpetrar outro crime;
  • feminicídio. 

O inquérito da Polícia Civil foi concluído nesta quinta-feira (12) e encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-MP). Também foi solicitada a conversão da prisão temporária do suspeito para preventiva, ou seja, sem data determinada para acabar. 

Reconstituição 

No dia 6 de março, Campana participou junto com testemunhas e policiais da reconstituição do crime. Wagner Luciano Clementino amigo do suspeito que estava com ele no dia em que bailarina desapareceu também esteve no local e deu sua versão do que aconteceu naquele dia. 

De acordo com o jovem, ele foi de carona com Campana até a cachoeira, no entanto, em determinado momento, o suspeito falou para ele ir embora sem ele. Uma câmera de segurança registrou Campana deixando o local sozinho e com um dos pneus da motocicleta furado. 

“Ele falou vai subindo aí que já te alcanço, daí, eu arrumei uma carona de moto. Ele ficou no sábado sozinho, era umas 5h30, 6h, daí ele ficou e eu arrumei uma carona. Aí, depois eu cheguei a encontrar ele e a gente deu uma volta junto e ele falou ‘Não foi você matou a mina lá não? Eu falei ‘tá louco’, fiquei até bravo com ele”, explicou Clementino na ocasião.

O rapaz ainda teve o material genético colhido para comparação com o sêmen encontrado no corpo de Magó. Segundo a Polícia Civil, caso o resultado dê negativo não haverá alteração no inquérito, do contrário, será solicitado um aditamento, que é uma modificação para incluir o segundo acusado.

O crime

Mágó foi encontrada morta, no dia 26 de janeiro, em uma área de mata a cerca de 10 metros de uma trilha nas proximidades da cachoeira que fica na chácara. Ela estava com a própria calcinha enrolada no pescoço e apresentava sinais de violência sexual.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) comprovou que a jovem foi abusada sexualmente e morta por por asfixia causada por estrangulamento com a peça íntima, que foi usada como uma espécie de torniquete. Ela também estava com vários ferimentos pelo corpo, o que aponta que lutou contra o agressor.

Flávio Campana

Flávio Campana foi preso 33 dias após o crime, no dia 28 de fevereiro, em Apucarana, na mesma região do Estado, depois que exames comprovaram que o material genético encontrado com Magó coincide com seu DNA.

Ele foi tratado como um dos principais suspeitos desde o início das investigações, quando apareceu junto com Clementino em fotografias fornecidas por socorristas que estavam na cachoeira no dia crime.

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Fotografias comprovam que Campana costumava frequentar a cachoeira. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

No início de fevereiro, ambos prestaram depoimento e Campana teve material genético coletado para comparação com o sêmen encontrado na vítima. Na ocasião, quando conversava com os policiais, Clementino contou que ambos foram juntos para a cachoeira, mas que o amigo acabou ficando sozinho.

O delegado Zoroastro Neri do Prado, um dos responsáveis pela investigação, ressaltou que no dia em que prestou depoimento, Flávio apresentava várias pelo corpo, inclusive, uma delas se assemelhava a uma mordida.

“Durante o depoimento dele a gente percebeu essas lesões. Ele falou que eram em decorrência do trabalho dele, mas são lesões que nos chamaram a atenção porque eram compatíveis com unha, com a defesa em forma linear”’, disse o policial.

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O SUSPEITO DE ASSASSINAR A BAILARINA MAGÓ APRESENTAVA VÁRIAS LESÕES PELO CORPO. (FOTO: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL)

Um vídeo no qual ele aparece, por volta das 18h, do dia 25 de janeiro, deixando a cachoeira com o pneu de sua motocicleta furado também foi anexado ao inquérito e usado como prova.

Suspeito nega crime

Após ser preso, mesmo diante das provas, Flávio negou que estuprou a bailarinadeclarou que fez sexo consentido com ela e permanece afirmando não ser responsável pelo assassinato.

Outro ponto que contraria a versão do suspeito é o fato de ele já ter sido condenado por estupro em 1998 no município de Rio Bom, também no noroeste do Paraná. À época, ele também declarou que a vítima consentiu a relação sexual.

Ainda conforme a polícia, o suspeito possui várias passagens na polícia por agressão as mulheres.