Caso Marcelinho: motorista confessa imprudências e mãe da vítima se revolta “tava procurando uma tragédia”

por Guilherme Becker
reportagem RIC Record TV, Curitiba
Publicado em 6 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 14h53.

O jovem Bruno Alisson Batista Ventura, que dirigia o veículo que atropelou e matou o pequeno Marcelinho, de 3 anos, participou de uma audiência nesta quarta-feira (4). Em depoimento, o homem, que permanece preso, confessou que havia ingerido bebidas alcoólicas antes do acidente e que não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Nesta sexta-feira (6), a mãe de Marcelinho esteve no programa Balanço Geral Curitiba, junto com o advogado da família, Jeffrey Chiquini. Mais de quatro meses após o acidente, Andressa se recorda do filho todos os dias. Após mais etapa do processo, a mulher demonstrou a vontade de ver o homem no júri popular.

“Esse cara é um psicopata, ele tava procurando uma tragédia e infelizmente foi com meu filho. Eu quero que ele vá a júri popular porque ele tem que pagar pelo que ele fez. A vida do meu filho não vai voltar”, conta a mãe de Marcelinho.

Motorista confessa que estava bebendo no momento do acidente

Na audiência realizada nesta quarta-feira (4), Bruno Batista voltou a responder perguntas feitas pela equipe de investigação. No depoimento, o homem confessou que antes de pegar o carro estava em um churrasco na casa de amigos e lá ingeriu três latas de cerveja. Além disso, revelou que quando aconteceu o acidente estava ingerindo bebida alcoólica dentro do veículo.

Confira trechos do depoimento:

O motorista ainda confessou que não tinha CNH, porém, dirigia desde 2017. 

“Ele não pode conviver em sociedade”, alega defesa da família de Marcelinho

No programa Balanço Geral Curitiba, o advogado que trabalha para a família de Marcelinho avaliou a audiência. Segundo Jeffrey, o motorista não pode viver em sociedade pois oferece riscos.

“Não dá para acreditar realmente nas coisas que ele fala. Eu acredito no momento que ele fala que estava acima da velocidade, mas não porque eu acredito na boa fé dele. É porque a perícia provou. Ele disse que vinha a 40 km/h avançando a velocidade” contou o advogado.

Jeffrey ainda ressaltou o fato do homem já ter sido condenado por dirigir um carro roubado sem habilitação. Durante uma fuga da Polícia Militar (PM), Bruno ainda teria batido no muro de uma igreja. “Ele nunca pisou em uma auto-escola e ele dirigia”, afirmou o advogado.

Confira a entrevista completa:

Relembre o caso

A sexta-feira (25) acabou de maneira trágica para uma família de Curitiba. Uma vizinha e amiga de Andressa, mãe de Marcelo, iria ao mercado e o pequeno pediu para ir junto. A mãe deixou, porém, pouco depois escutou um barulho e viu uma grande aglomeração na região.

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MARCELINHO HAVIA IDO AO MERCADO COM UMA AMIGA DA SUA MÃE (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

O pequeno, chamado por todos de Marcelinho, estava na calçada, em frente ao mercado, quando um carro em alta velocidade acabou atingindo-o.

“Tinha um carro parado, e ele (Marcelinho) tava saindo de trás do carro. Daí veio o outro carro com tudo. Estava muito rápido. O policial falou pra mim que lá a velocidade permitida é 30 km/h e ele estava a mais de 80 km/h. Imagine a pancada” contou a mulher que levou o pequeno junto ao mercado.

A criança chegou a ser atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros, porém, não resistiu e morreu antes mesmo de chegar ao Hospital do Trabalhador.

Um exame do bafômetro confirmou que o condutor do veículo estava embriagado. Além disso, Bruno Alisson Batista Ventura não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O motorista foi preso em flagrante.