Depois da Renault, Volkswagen negocia corte de funcionários no Paraná

por Redação RIC.com.br
com informações de agências
Publicado em 20 ago 2020, às 11h53.

A montadora Volkswagen está negociando com os sindicatos de metalúrgicos do Grande ABC e de Curitiba para reduzir seu quadro de funcionários no Brasil.

De acordo com os sindicalistas, a montadora propõe a redução de 35% da mão de obra no Brasil, que está distribuída por três fábricas no estado de São Paulo e uma em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O corte representaria a demissão de aproximadamente 5 mil funcionários em diferentes setores.

A montadora não confirma o número, mas diz que há um excedente de mão de obra devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

A Volkswagen diz que as negociações foram abertas, mas ainda tenta atenuar o problema por meio de medidas de flexibilização do trabalho.
De acordo com o sindicato, a empresa apresentou propostas que incluem flexibilidade de jornada, corte do reajuste salarial, redução do valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e alterações em benefícios como transporte, alimentação e plano médico.

A Volkswagen afirma que decisões sobre cortes dependem da evolução do mercado automotivo no Brasil. Hoje, a montadora trabalha com uma previsão de queda de 40% nas vendas de automóveis e de 45% na produção, dado levantado pela Anfavea (associação das montadoras).

Em nota, a VW diz que está “avaliando em conjunto medidas de flexibilização e revisão dos acordos coletivos vigentes para adequação ao nível atual de produção, com foco na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus.”

O setor automotivo tem dado sinais de recuperação. Mas os resultados atuais não escondem os problemas acumulados nos últimos cinco anos. Apenas em 2020, cerca de 3.000 postos de trabalho foram cortados na indústria automotiva ao longo da pandemia.

O número seria ainda maior caso a Renault, que também fica em São José dos Pinhais, não tivesse revisto as 747 demissões realizadas em julho e, por decisão judicial, reaberto as negociações com o sindicato da Grande Curitiba.