Estudo indica que Curitiba e outras 8 capitais têm gestão fiscal de excelência

Publicado em 21 out 2021, às 18h07.

Um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que Curitiba (PR) e mais oito capitais têm gestão fiscal de excelência, o que equivale a 11,7% do total de municípios analisados.

O levantamento avaliou 5.239 municípios que, na média, atingiram 0,5456 ponto. O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) varia de zero a um, sendo que, quanto mais próximo de um, melhor a administração das finanças.

Conforme a análise, 3.024 cidades brasileiras têm situação fiscal difícil ou crítica. A geração de receita pelos municípios é o principal entrave para a melhora das contas públicas, segundo a Firjan.

Nesta edição do estudo, 30,6% dos municípios tiveram boa gestão fiscal e somente 11,7% registraram gestão de excelência, entre elas nove capitais: Salvador (0,9401 ponto), Manaus (0,9140 ponto), Vitória (0,8827 ponto), Boa Vista (0,8650 ponto), Rio Branco (0,8336 ponto), Goiânia (0,8293 ponto), São Paulo (0,8206 ponto), Curitiba (0,8176 ponto) e Fortaleza (0,8109 ponto). 

(Foto: Nani Góis/SMCS)

De acordo com o presidente em exercício da Federação, Luiz Césio Caetano, reformas do federalismo fiscal brasileiro são fundamentais. “O equilíbrio sustentável das contas públicas municipais é essencial para o bem-estar da população e a melhoria do ambiente de negócios. E isso só será possível com a concretização de reformas estruturais que incluam as cidades”, destaca. 

O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, ressalta que, entre as cidades avaliadas, 1.704 (32,5%) não são capazes de gerar localmente, no mínimo, recursos suficientes para arcar com os custos da Câmara de Vereadores e da estrutura administrativa da Prefeitura. “Além disso, 1.818 municípios (34,7%) gastam mais de 54% da receita com despesa de pessoal, 2.181 (41,6%) têm planejamento financeiro ineficiente e 2.672 (51%) investem, em média, apenas 4,6% do orçamento”, reforça Goulart. 

Foram avaliadas no IFGF 2021 as cidades que declararam suas contas de 2020 de forma consistente até 10 de agosto de 2021, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que até 30 de abril de cada ano as prefeituras devem encaminhar suas declarações referentes ao ano anterior à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). 

O IFGF é formado pelos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos. Após a análise de cada um deles, cada município é classificado em um dos conceitos do estudo: gestão crítica (resultados inferiores a 0,4 ponto), gestão em dificuldade (resultados entre 0,4 e 0,6 ponto), boa gestão (resultados entre 0,6 e 0,8 ponto) e gestão de excelência (resultados superiores a 0,8 ponto).