Três policiais são presos durante operação que investiga incêndio na Vila Corbélia

Publicado em 18 set 2019, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 15h36.

Três policiais militares foram presos, na manhã desta quarta-feira (18), durante a operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que investiga o incêndio na Vila Corbélia, ocorrido em 2018. 

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão contra policiais militares que residem em Curitiba, Araucária, na região metropolitana da capital, e Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Segundo o Gaeco, os suspeitos foram detidos porque estavam em posse de armas e drogas. Uma quarta pessoa também foi presa.

A investigação apura se o incêndio, que destruiu mais de cem residências, foi provocado por policiais militares em represália ao assassinato de um policial no local.

Relembre os acontecimentos em torno do incêndio na Vila Corbélia: 

Dia 6 de dezembro

Dia 7 de dezembro

7 e 8 de dezembro

  • O incêndio atinge a vila entre às 23h do dia 7 e a madrugada de 8 de dezembro. Mais de 100 casas, na Vila Corbélia, são destruídas pelo fogo. Todas as residências ficavam na ocupação 29 de Março. 
  • Ninguém morreu ou ficou ferido durante o incêndio, mas Gabriel Carvalho, de 17 anos, é encontrado morto, com ferimentos de arma de fogo, na Estrada Velha do Barigui, que fica na região. 
  • Durante a operação de combate às chamas, viaturas da polícia, um caminhão dos bombeiros e outros veículos oficiais são apedrejados pelos moradores que acreditam que o incêndio foi provocado por policiais militares em represália a morte do PM Eric Norio. 

8 de dezembro

  • O policial militar Eric Norio é sepultado no Cemitério do Municipal do Boqueirão, em Curitiba. 
  • Em coletiva de imprensa, o alto comanda da Polícia Militar declara que o incêndio na Vila Corbélia foi provocado pelo crime organizado. “Entendemos que, temos facções criminosas lá dentro, justamente porque nos últimos dias realizamos apreensão de drogas, armas e munições e mais do que isso, temos informações que nos chegam, de uma ocupação vizinha, que estaria descontente com a ação da polícia militar e colocaram fogo”, disse o Coronel Zanatta.

11 de dezembro

  • Na madrugada de 11 de dezembro, Antônio Francisco dos Prazeres Ferreira, 33 anos, se entrega na Delegacia de Vigilância e Capturas, no centro de Curitiba, e confessa o assassinato do policial. Na ocasião, o advogado do suspeito explicou que o cliente decidiu se apresentar após as “confusões” registradas na Vila Corbélia

12 de dezembro

7 de janeiro de 2019

7 de março de 2019

  • Antônio Francisco dos Prazeres Ferreira volta atrás e nega o homicídio do policial durante a primeira audiência de instrução do processo. A versão do advogado é de que o acusado estava junto com o verdadeiro autor do crime: Pablo Silva Pereira da Hora, de 22 anos, encontrado morto menos de 24 horas depois do assassinato do policial, e que assumiu o crime por medo dos policiais. “Quando a polícia foi fazer a abordagem, eles estavam em três, eles correram. Esse menino que foi ouvido hoje como testemunha de defesa, ele estava no momento dos fatos e quanto os policiais chegaram, correu Antônio e esse menino para um lado e o Pablo para o outro lado. Então, eles ouviram o disparo e tudo leva a crer que foi o Pablo que efetuou o disparo”, declarou José Valdecir de Paulo.