PMs prestam depoimento sobre o caso do jornalista morto na Praça da Espanha
Os policiais militares envolvidos com o caso do jornalista morto na Praça da Espanha, no bairro Batel, em Curitiba, prestaram depoimento na Corregedoria Geral da Polícia Militar (PM) desde a manhã desta segunda-feira (17) até o início da tarde. Andrei Gustavo Orsini Francisquini, de 35 anos, morreu após uma perseguição policial na madrugada de 12 de maio deste ano.
Depoimento
Eles ainda não haviam dado sua versão oficial, já que o depoimento que era para acontecer no dia 22 de maio foi adiado porque os policiais estavam afastados para tratamento psicológico.
Em nota, a defesa dos policiais declarou que “o arquivamento do caso é o caminho a ser seguido”. Leia na íntegra:
“A defesa técnica dos policiais militares envolvidos no confronto da Praça da Espanha informa que todos os esclarecimentos foram prestados às autoridades competentes no dia de hoje pelos policiais. A defesa reforça ainda que todo policial envolvido em confronto precisa ser ouvido para que os fatos sejam esclarecidos. Por fim, a defesa informa que toda a prova pericial até o momento alcançada e pelo esclarecimento feito pelos policiais demonstram que o arquivamento do caso é o caminho a ser seguido.
É o que diz a nota”.
Morte do jornalista na Praça da Espanha
Andrei foi morto pela polícia durante uma perseguição que se iniciou na Rua Vicente Machado e terminou na Praça da Espanha. O boletim de ocorrência, lavrado pela própria PM, aponta que o jornalista estava armado e teria reagido à abordagem policial.
Uma pistola 9mm foi encontrada em seu colo, mais tarde, a perícia constatou que nenhuma munição havia sido deflagrada. A família de Andrei desde o início das investigações negou que o rapaz estivesse armado porque, de acordo com eles, o jovem sempre aversão a armas de fogo.
No dia 13 de junho, a Polícia Militar se manifestou pela primeira vez a respeito do caso. “Existe realmente uma arma, que foi apreendida no local, mas as digitais não podem ser associadas a uma pessoa. A arma que estava no veículo, ela não foi utilizada, por essa razão inclusive não foi solicitada nem perícia, porque ela não foi utilizada”, declarou o coronel Carlos Eduardo Rodrigues Assunção, diretor de apoio logístico da PM.
No entanto, para o coronel, apesar da arma não poder ser ligada a Andrei, todo o contexto da situação justifica a forma de proceder dos PMs . “Todo o contexto, indica que havia uma situação de reação. E esta reação inclusive utilizando o veículo como arma. A Polícia Militar, e as polícias em geral, acabam atuando em situações para preservar sua integridade ou integridade de terceiros. A situação exigiu esse tipo de procedimento policial”, relatou Assunção em entrevista ao Balanço Geral Curitiba.
Vídeo mostra policiais atirando
Câmeras de segurança registram o início da perseguição policial. As imagens contradizem a versão dada pelos PMs no boletim de ocorrência, já que no documento, os policiais afirmaram que os tiros só foram efetuados porque a vítima estava armada e revidou a abordagem da polícia depois do acompanhamento tático. No entanto, o vídeo revela que os policiais disparam antes mesmo de iniciar a perseguição.
Laudos
Na última semana, o resultado do laudo da Polícia Científica do Paraná comprovou que o jornalista morto na Praça da Espanha não estava sob efeito de álcool ou drogas. Ainda conforme Paulo Cristo, advogado da família, existe uma divergência nas munições com as armas apresentadas pela Polícia Militar. “O laudo conclui que outra arma estava no local do crime. Só foram apresentadas três armas da equipe policial que fez a abordagem. Só que vários policiais participaram daquela operação. Como que pode fragmentos de munições desconhecida estarem no corpo e no corpo de Andrei?” questiona Cristo.