Campeã do Carnaval carioca 20 vezes, a Mangueira foi fundada no ‘Terreiro da Tia Fé’, em 1928, e desde então se tornou um marco da história do carnaval. Verde e rosa, a agremiação é conhecida pelos brasileiros por sua ala de compositores, bateria e carro alegórico; conheça a história.

Carro alegórico da escola de samba 'Mangueira'.
Desfiles da ‘Mangueira’ são uma fusão de tradições de várias nações africanas (Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)

A Estação Primeira de Mangueira foi criada por Cartola, ao lado de Abelardo Bolinha, Carlos Cachaça, Euclides Roberto dos Santos, Massu, Pedro Paquetá, Satur e Zé Espinguela, no antigo Morro da Mangueira, agora chamado de bairro na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

No morro era rotineiro a prática de manifestações religiosas e culturais, visto que no passado ele era residência de escravos alforriados e seus descendentes. Após as cerimoniais religiosas, era comum que os moradores começassem cantorias e “batucadas”, prática que influenciou na fundação da escola de samba no ‘Terreiro da Tia Fé’.

Conheça os principais enredos da história da Mangueira

‘À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões’, é o enredo que será apresentado neste ano pela Mangueira. A temática levará para a avenida um olhar sobre a presença dos povos bantus na cidade do Rio de Janeiro, segundo a agremiação.

A escola é conhecida nacionalmente por suas grandiosas homenagens culturais e raciais, que levam a marca da Mangueira, o responsável deste ano pela composição, foi o economista, pesquisador e professor, Sidnei França.

  • ‘Coisas Nossas’ – 1980;
  • ‘E Deu a Louca no Barroco’ – 1990;
  • ‘Os Dez Mandamentos: O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade’ – 2003
  • ‘Cuiabá, Um Paraíso no Centro da América’ – 2013;
  • ‘A verdade vos fará livre’ – 2020;
  • ‘A verdade vos fará livre‘ – 2024.

Entenda a origem do nome Mangueira

Famosa pelo verde e rosa, a escola recebeu seu nome e cores pelo sambista Cartola, que decidiu fazer uma referência ao Rancho do Arrepiado de Laranjeiras.

Mangueira também leva o ‘surdo’ como símbolo, que é um estilo de tambor utilizado na bateria. Ele é rodeado por ramos de louro e coroado, em uma referência à escola ser considerada a “rainha do samba”.

Principais conquistas da história da Mangueira no Carnaval

Reunindo 20 prêmios ao longo dos seus 95 anos de tradição, a escola continua sendo uma das pioneiras do Rio de Janeiro, perdendo apenas para a Portela. Além do primeiro lugar, Mangueira já somou o título de vice-campeã 19 vezes nos carnavais (1935, 1936, 1939, 1941, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1955, 1963, 1966, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978, 1988 e 2003).

Títulos como campeã

  • 1932 – ‘Sorrindo e A Floresta’
  • 1940 – ‘Prantos, Pretos e Poetas’
  • 1954 – ‘Prantos, Pretos e Poetas’
  • 1986 – ‘Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira Têm’
  • 2002 – ‘Brazil com “Z” é pra Cabra da Peste, Brasil com “S” é Nação do Nordeste’
  • 2016 – ‘Maria Bethânia: A menina dos olhos de Oyá’
  • 2019 – ‘História Pra Ninar Gente Grande’

Parcerias de sucesso da Mangueira

Ao longo da trajetória da escola de samba, diversos nomes conhecidos fizeram parte das produções apresentadas ao público. Compositores como Ronie Oliveira, Chacal do Sax e Lequinho estiveram presentes em conhecidas canções.

O enredo ‘A Menina dos Olhos de Oyá’ de 2016 celebrou a carreira de Maria Bethânia e teve participações de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Alcione no desfile.

Além de artistas, a Mangueira tem procurado colaborações com instituições de ensino e pesquisa, como a proposta de parceria com a UFRJ que visa o desenvolvimento de uma nova quadra e um laboratório integrado de música.

A Comunidade ao Redor da Mangueira

O impacto da escola de samba vai além dos espectadores do desfile, a população local é contagiada pela arte e causas honradas através da Mangueira. A comunidade é valorizada pelos membros da agremiação, que buscam sempre levar inclusão através de suas apresentações e ensaios ao longo do ano.

A escola também conta com diversos programas sociais no estado, projetos que visam contribuir profissionalmente, em atividades esportivas e de educação. Como o ‘Mangueira do Amanhã’ e ‘Camp Mangueira’.

O que esperar da Mangueira no Carnaval de 2025

Para esta edição a expectativa é de que a Mangueira continue a surpreender o público que estará presente no carnaval entre os dias 2 e 4 de março, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Serão minutos de uma história completa da luta e na viva presença negra na cidade do Rio de Janeiro, com muitas cores, samba, musas, passistas, carro alegórico temático com a presença das cores verde e rosa, além da comunidade cantando o hino da Mangueira.

“Atrevida por essência, a alma carioca desafia a morte, celebra a vida e faz carnaval!”, diz publicação da escola.

*Com supervisão de Jorge de Sousa

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Alana de Abreu

Estagiária de jornalismo

Aspirante a jornalista, Alana se dedica ao jornalismo investigativo, além de se especializar nas editorias de Cultura, como agenda de shows e listas 'de que fazer' na cidade, e de Entretenimento. Atualmente no quinto período de Jornalismo na Universidade Positivo, iniciou sua trajetória há 2 anos, começando como produtora de audiovisual.

Aspirante a jornalista, Alana se dedica ao jornalismo investigativo, além de se especializar nas editorias de Cultura, como agenda de shows e listas 'de que fazer' na cidade, e de Entretenimento. Atualmente no quinto período de Jornalismo na Universidade Positivo, iniciou sua trajetória há 2 anos, começando como produtora de audiovisual.