Motoboy que foi atingido por motorista embriagada na Av. Sete de Setembro é ouvido em audiência: "que ela pague"

por Daniela Borsuk
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 7 out 2021, às 15h32.

Motociclistas estão reunidos em frente ao Tribunal do Júri de Curitiba nesta quinta-feira (7), onde acontece uma audiência de instrução do caso que apura o acidente que deixou Mozart Pavoni Martins Junior ferido. O motoboy fazia a última entrega do dia quando foi atingido por um carro conduzido por Cassiane Aparecida Ayres. Segundo a polícia, a jovem estava embriagada e fugiu do local sem prestar socorro.

Mozart será ouvido pelo juiz na sessão de hoje à tarde. Para a equipe da RIC Record TV, o motoboy – que ainda está se recuperando dos ferimentos causados pela colisão – afirmou que espera por justiça. “Que sirva de lição para ela e de exemplos pros próximos, porque isso é todo dia, não é só motoboy, são várias vítimas de trânsito, um pai de família”, disse ele.

“Não ajudou a gente em nada, nenhuma conversa, nada […]. Não tenho palavras no momento, só quero que ela pague, ela vai ser condenada”.

desabafou o motoboy.

O acidente gravíssimo foi registrado no dia 12 de junho deste ano, na Avenida Sete de Setembro, no bairro Rebouças, em Curitiba. Na ocasião, a motorista Cassiane cruzou a canaleta exclusiva para ônibus, passou por cima da calçada e acertou a moto de Mozart. Ele teve ferimentos gravíssimos. A jovem, que estava no carro acompanhada de amigas, seguiu o trajeto sem prestar socorro.

Conforme as investigações da polícia, a condutora tinha acabado de sair de um bar, estava embriagada e dirigia acima da velocidade permitida na via. Cassiane se apresentou na delegacia apenas cinco dias depois e foi solta ao deixar o carro como garantia. No momento, a jovem responde em liberdade por tentativa de homicídio, omissão de socorro e fuga do local.

Mozart relatou que Cassiane não auxiliou a família dele e que cada dia está mais difícil sustentar a casa. A expectativa é de que o motoboy só possa voltar a trabalhar daqui um ano e meio. “Em torno, com os gastos de medicamentos e tudo o que a gente precisou, que foram 55 dias em uma maca hospitalar, já deu em torno de R$ 68 mil. Muito difícil, vai ficando cada vez mais difícil, porque a ajuda tá começando a acabar”, relatou.

Por ter tido fratura exposta no braço e passar por um procedimento para reconstrução do cotovelo, Mozart afirma que sente muita dor ainda.

“O que eu mais sofro hoje, a dor maior, é que eu não consigo pegar o meu filho no colo, isso me dói muito, não consigo.”

desabafou Mozart, emocionado.