Peterson da Mota Cordeiro está preso um quartel da Polícia Militar. (Foto: Reprodução/RICTV)

O PM Peterson da Mota Cordeiro é investigado por três estupros e pela morte de Renata Larissa; dezessete mulheres já foram até a delegacia para denunciar outros estupros

Peterson da Mota Cordeiro, de 30 anos, teve a prisão temporária convertida em preventiva nesta quinta-feira (8) em Curitiba. O policial militar é suspeito de ter cometido pelo menos três estupros e abusado sexualmente e assassinado Renata Larissa, de 22 anos, em maio deste ano.

De acordo com a Delegacia da Mulher de Curitiba, até esta quinta (9), dezessete mulheres denunciaram estupros cometidos pelo policial.  

O advogado Eduardo Miléo, responsável pela defesa do policial, afirmou que conversou com a família de Peterson nesta quinta e que deverá ainda falar com o acusado antes de emitir uma posição oficial.

Investigações sobre o policial e os estupros

Peterson está detido em um quartel da Polícia Militar desde o dia 20 de julho. Na ocasião, ele era suspeito do estupro de três mulheres que conheceu por aplicativos de namoro.

Durante as investigações foi descoberto que Peterson se apresentava como alguém gentil e procurava ganhar a confiança das vítimas pelas redes sociais para posteriormente cometer os estupros. “Ele é uma pessoa muito fria. Ele nega os crimes. Ele admite que houve as relações sexuais, mas diz que foram consentidas, numa relação de dominação dele sobre as mulheres”, disse a delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia da Mulher, durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 2 de agosto.

Renata Larissa e o policial

Conforme a delegada, eles ligaram o PM ao assassinato da jovem durante as investigações porque a polícia descobriu inúmeros vídeos e fotos de suas vítimas no seus aparelhos eletrônicos, entre elas Renata Larissa. “Ele obrigava as vítimas a falar o nome e a idade, então a gente já tinha ciência de que tinha uma vítima chamada Larissa com 22 anos. A partir disso, nós focamos nos sinais particulares como a tatuagem e durante o trabalho de campo verificamos que havia esse desaparecimento”, disse

“O último vídeo da Larissa é dela nua, algemada, fora do carro e com as mãos para trás. Acredito que foi nesse momento em que houve a execução” disse Eliete Kovalhuk sobre arquivos encontrados nos aparelhos eletrônicos do acusado. A delegada confirmou também que na noite do assassinato de Larissa, foram gravados pelo menos três vídeos e tiradas várias fotografias da vítima.

Corpo da vítima do policial

O corpo de Renata Larissa foi encontrado quase dois meses após o seu desaparecimento e, segundo a delegada Eliete, ele foi localizado após a polícia confrontar os dados de localização do celular do acusado com o os dados de localização da vítima. “Fizemos um mapeamento de todos os casos, a maioria deles cometidos na região do Zoológico, uma região que ele demonstrou conhecer muito bem e na sequência, a partir do desaparecimento da Larissa, em que a família informou que o último sinal de celular havia sido na região de São José dos Pinhais. A gente ligou as duas informações e chegou enfim ao corpo”, contou.

Renata Larissa e Peterson se conheciam pelo menos desde 2017 e a irmã da vítima, Jociléia da Costa, garantiu que ele era conhecido pela família. Para a irmã, eles eram amigos e não teriam um relacionamento amoroso.

Desaparecimento de Renata

Na noite do dia 27 de maio, segundo familiares, a jovem estava na sala de casa – em Colombo – enquanto conversava por aplicativo com alguém quando teria dito “Não precisa entrar. Eu já estou saindo”. Foi então que ela saiu de casa dizendo que já voltava, embarcou em um veículo, que não pôde ser identificado, e desapareceu.

Jociléia conta que após receber uma mensagem de áudio, Renata ficou visivelmente nervosa. “Ela ficou assustada com o áudio, ouviu umas duas vezes, ficou agitada, levantava do sofá, ia ao banheiro e voltava até que a pessoa chegou para conversar com ela”, contou à RICTV Curitiba.

Na madrugada de 28 de maio, aproximadamente à 1h, a mãe de Renata recebeu algumas mensagens suspeitas, via aplicativo de celular, o que fez com que a preocupação dos familiares aumentasse ainda mais. “Não tinha palavra, nada que desse para você entender o que estava escrito. Era um monte de letras sem formar palavras nenhuma”, conta Jociléia. “É como se alguém tentasse escrever alguma coisa muito rápido e não conseguiu”.

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