'Se ele foi frouxo e covarde de sair do MDB, problema é dele', diz Anibeli, sobre Requião
O ex-governador Roberto Requião (agora ex-MDB) perdeu o comando do partido ao qual é filiado há 40 anos. Ele foi derrotado durante a convenção partidária do MDB, que ocorreu neste sábado (31), pelo deputado estadual Anibelli Neto, que teve 76% dos votos dos delegados do partido. Após a derrota, Requião anunciou sua saída da sigla nas redes sociais:
O mdb do Paraná foi tomado pelo ratinho e pelo Bolsonaro. Sou sério,estou fora!
— Roberto Requião (@requiaopmdb) July 31, 2021
Por 30 anos, o MDB, que é um dos maiores partidos do Paraná e tem grande influência no jogo político, foi comandado por Requião ou algum de seus familiares, como irmãos, sobrinhos, ou ele próprio. No Paraná, a legenda estava desde fevereiro com uma comissão provisória, sob comando do deputado federal Sérgio Souza. Requião tentava, desde então, voltar ao comando do partido. É agora é a primeira vez, em definitivo, que a legenda não tem um dos Requião na liderança.
“Problema dele”
O vencedor da convenção, agora presidente do MDB, Anibelli Neto, disse Requião é seu amigo há 20 anos, alguém que sempre teve muito respeito. Mas criticou a saída do “amigo” do partido.
“Ele devia ter a honradez e dignidade de ficar. Mas ele não quer. Se ele foi frouxo e covarde de sair do MDB, problema é dele“, disse o deputado, por telefone, na noite deste sábado.
Em entrevistas que deu anteriormente, o deputado negou que seu principal objetivo seja o alinhamento com o atual governador e disse que sua meta à frente do MDB é aumentar a base do partido e viabilizar a eleição de cinco a seis deputados estaduais e, ao menos, três federais.
Ele também disse que não tem interesse em ser candidato a governador ano que vem. “Mas se o partido entender que devo ser candidato, atenderei a vontade do partido”, disse o agora presidente da sigla, comemorando ainda o fato de que a legenda abriu espaço para novas lideranças.
Convites
Em entrevistas antes da convenção, Requião não escondeu que o seu principal objetivo era reassumir o comando do partido, para ser candidato em 2022 ao governo do Paraná, em oposição à gestão de Ratinho Júnior. Apesar de tudo, os planos dele ainda podem estar em pé, visto que imediatamente após o anúncio dele de saída do MDB, outros partidos já iniciaram um “romance” com Requião e demonstraram que desejam usá-lo para chegar ao comando do governo estadual ano que vem. Entre eles estão PT e PSB.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT-PR, não declarou isso diretamente. Mas prestou solidariedade, já que Requião mostrou simpatia à causa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pouco antes dele ser preso pela Operação Lava Jato:
@requiaopmdb, vc combateu e combate a boa luta. Esses do MDB q te venceram hj não têm compromisso com o povo, mas com os próprios interesses. Fique certo q não te faltará trincheira para ser candidato ao governo do Paraná. Tamos juntos pic.twitter.com/VzyfSqLR4r
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 31, 2021
Ele também recebeu apoio do deputado estadual Arilson Chioratto, liderança do PT na Assembleia Legislativa:
@requiaopmdb é defensor dos mais necessitados, do Estado progressista, da função social das empresas públicas e da luta por justiça social. Existem outros partidos que defendem verdadeiramente isso. Espaço partidário não lhe faltará para disputar o governo do Paraná. TMJ irmão
— Arilson Chiorato (@arilsonchiorato) July 31, 2021
Quem também convidou Requião para ingressar em sua legenda foi a deputada federal pela Bahia, Lídice da Mata (PSB).
Venha pro PSB
— Lídice da Mata (@lidicedamata) July 31, 2021
Apesar da simpatia que a baiana tem pelo ex-governador, não são todos os integrantes do PSB no Paraná que pensam como ela. O presidente do partido aqui no estado, Severino Araújo, declarou que “Convidado meu, ele não é”.
Reveja o Jornal da Manhã, da Jovem Pan, da última sexta-feira (30), que falou da convenção partidária do MDB: