"Punição" de vereador de Maripá que realizou discurso homofóbico será votada em plenário
Donaldo Seling (cidadania), vereador que realizou um discurso homofóbico no começo do mês de maio durante a sessão da Câmara de Vereadores de Maripá, tem 20 dias para responder por escrito a representação criada pela casa.
O documento foi criado pela câmara municipal e encaminhada para organização dos poderes, que é composta por três parlamentares que compõem a câmara do município.
“A representação foi realizada por meio de provocação da mesa. Três reuniões já foram realizadas para que o assunto fosse discutido e agora o documento foi encaminhado para o Donald, que tem 20 dias para fazer sua defesa em cima disso.”
Altair Pandini, diretor da Câmara de Maripá
A criação de uma comissão de ética chegou a ser questionada, para que fosse realizada a análise da conduta do vereador. No entanto, o próprio regimento prevê que a situação seja apreciada pela organização dos poderes da câmara local
“ Durante análise do procurador jurídico no regimento da casa, foi constatado que não era necessária a criação de um conselho de ética, para tratar de assuntos referentes ao decoro parlamentar. No artigo 269, o próprio regimento já prevê no seu capítulo terceiro que quando acontecem estas situações, podem ser feitas provocação mediante partidos políticos ou da mesa parlamentar.”
Altair Pandini, diretor da Câmara de Maripá.
Após a entrega da defesa do vereador, a comissão tem mais 20 dias para fazer o relatório e colocar em votação no plenário. Nove vereadores vão participar da discussão, o vereador Donaldo Seling, não tem direito a voto.
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Dentre os pareceres que podem ser concluídos pela comissão está a cassação de mandato do vereador. Outras duas penalidades que podem ser decididas é reprimenda por escrita ou a suspensão por 30 dias do parlamentar, sem o recebimento dos vencimentos.
A comissão trabalha em sigilo, juntamente com o procurador jurídico da câmara.
Pedido de desculpas
Diante de toda a repercussão do caso, o vereador no fim da sessão do dia 24 leu um pedido de desculpas, pelo discurso realizado na sessão dia 05.
“Afirmo que tratou-se de um fato isolado, descontextualizado da realidade, foi uma fala que não reflete o meu pensamento sobre homossexuais, entendo que todo cidadão tem que ser respeitado indiferente de qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa”
Donaldo Seling – vereador
O vereador reafirmou duas vezes durante a leitura que as palavras ditas não refletem seu pensamento.
“Tratou-se de um momento infeliz, onde consternado pelo conjunto de emoções com os dias difíceis que estamos vivendo, as homenagens às mães que levam uma vida difícil na luta para criarem seus filhos, em especial da lembrança de minha mãe, fiz uma fala isolada e inapropriada, que de forma nenhuma reflete meu pensamento, peço desculpas a todos que possam ter ofendido”.
Donaldo Seling – vereador
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Discurso homofóbico
O vereador utilizou o plenário no dia 05 deste mês para fazer comentários considerados homofóbicos. Ele utilizou do comentário de outra vereadora, para “puxar um gancho” em relação ao dia das mães, foi nesse momento que fez o ataque.
“ Não podemos perder o que há no coração de uma mãe, o que há de mais bonito de uma família unida: pai e mãe. Não marido com marido ou marida com marida. Não sei como fala essa porcaria, do tanto que odeio isso. Então é triste você ver falar. Eu sou da época que homem é homem e mulher é mulher”
Donaldo Seling – vereador
Além disso, o vereador falou sobre o ator Paulo Gustavo, que morreu por Covid-19, no último dia 4. Ele usou a palavra “porcaria” para se referir ao ator e seu marido, o médico Thales Bretas, que eram casados desde 2015 e tiveram dois filhos, nascidos de barriga de aluguel.
“Esta coisa moderna não serve para mim: um é marido e o outro é marido também, não podemos pregar esse tipo de coisa. Tem que saber quem seria a mulher dos dois, para poder agradecer no dia dos pais. Quem é a mãe das duas?”, debochou.