Tina Gabriel, irmã de Renata Muggiati, falou sobre a decisão, da juíza Taís de Paula Scheer desta quarta-feira (10), que determinou que Raphael Suss Marques vá a júri popular pelo assassinato da fisiculturista. 

Conforme declarou, durante coletiva de imprensa, apesar do contentamento com a resolução, não existem motivos para comemoração já que Renata está morta e foi vítima de um relacionamento abusivo. 

“Obviamente, a gente esperava esse momento. A gente, aguardava esse fato, pra nós não foi surpresa, era realmente aguardado, mas a gente não tem nada para comemorar. Eu tenho uma irmã morta, que, cruelmente, por seis meses teve um relacionamento extremamente cruel”, disse Tina. 

Advogado diz que não há dúvidas sobre a morte Renata Muggiati 

Cláudio Dalledone, advogado que representa a família da fisiculturista, também se pronunciou e disse esperar a condenação do médico e namorado da vítima à época do crime. 

“A sociedade vai decidir e para a sociedade, tecnicamente, o que nós temos a oferecer é farta comprovação pericial de que ela realmente morreu em razão da ação do Raphael Suss Marques. O que nós temos é um exumação quando se foi colocado dúvida e restou dali, cientificamente, por A mais B que ela foi asfixiada. Então, a tese de suicídio, ela é absolutamente refutada, não por mim, mas pela ciência, pela física”, declarou. 

Agora, o que vai decidir de fato se Raphael vai ou não a júri popular, é o recebimento  ou não do Tribunal do Júri de possíveis recursos da defesa do médico. 

Testemunhas afirmam que o casal vivia um relacionamento conturbado. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Raphael Suss Marques espera pelo julgamento na cadeia

Raphael Suss Marques permanece preso desde fevereiro deste ano por ter descumprido medidas cautelares no período em que era monitorado por tornozeleira eletrônica. Segundo o mandado de prisão, ele deu uma justificativa falsa para não comparecer a audiência de custódia e desobedeceu a ordem de não frequentar bares e estabelecimentos do gênero.

Raphael foi fotografado jogando pôquer no dia em que deveria comparecer a audiência de custódia. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Relembre o caso

A fisiculturista Renata Muggiati morreu após cair da janela do apartamento em que vivia com o namorado Raphael Suss Marques, localizado no 31º andar de um prédio em uma região nobre de Curitiba, em setembro de 2015. Na época, o crime foi investigado inicialmente como suicídio, mas vizinhos relataram à polícia que o casal vivia um relacionamento conturbado e que brigas eram frequentes.

Fotos de Renata com ferimentos no rosto reforçaram a hipótese de um crime e não um suicídio. Além disso, uma mensagem publicada em sua rede social horas antes de sua morte e apagada posteriormente, também levantaram suspeitas.

“Bom, aviso a todos q me seguem que hoje eu meu último diante vida, depois de sofrer 3 dias agressões e por amar a pessoa. me suicido feliz e em paz.”

O médico Raphael Suss Marques estava em casa quando a vítima supostamente se jogou pela janela. Ele afirmou à polícia que a namorada havia tentado se jogar da janela três vezes e que ele conseguiu impedir as duas primeiras.

Na terceira vez, ele contou que estava em outro cômodo e não viu Renata se jogar. O médico ainda disse aos policiais que a modelo sofria de depressão e estava fazendo acompanhamento psiquiátrico.

Renata Muggiati foi fotografada pelo namorado na janela do apartamento. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

No dia 25 de setembro de 2015, a Justiça do Paraná pediu a prisão de Raphael, pela suspeita de ele asfixiou a atleta e, em seguida, jogou o corpo da companheira da janela do apartamento.

O corpo de Renata foi exumado, em outubro de 2015, porque a acusação queria confirmar o resultado pericial que informava que sua morte foi causada pela queda. Na sequência, um segundo laudo, assinado por uma junta médica, também do IML, apontou que a modelo já estava morta quando caiu da janela.

Em 2018, dois médicos-legistas também se tornaram réus no caso porque, segundo os promotores, falsificaram o primeiro laudo para esconder que ela foi asfixiada.