"Momento crítico, indesejado e não planejado", Saúde de Curitiba fala em cenário de guerra, falta de insumos e de equipe

Publicado em 13 mar 2021, às 14h15.

Em coletiva realizada na manhã deste sábado (13), a Superintendente Executiva da Secretaria Municipal da Saúde, Beatriz Battistella Nadas alertou que Curitiba está vivendo um “momento crítico, indesejado e não planejado”. No início da reunião com a imprensa, ela ainda relatou que a situação era de guerra e que “todos os esforços estão voltados para resolver este problema”.

O principal recado da coletiva – realizada após a divulgação do decreto que institui o lockdown e a bandeira vermelha na capital paranaense – foi com relação à necessidade de diminuir a transmissão do novo coronavírus entre os moradores. Com 98% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 97% dos leitos de enfermaria públicos ocupados, Beatriz descreveu que a dificuldade tem sido em ter equipes de saúde suficientes para atender essa demanda.

“A nossa maior dificuldade para abrir novos leitos é a equipe de saúde, isso não existe, nós pegamos toda a equipe da atenção primária e tivemos que reposicionar tudo”, contou. “Não temos mais para onde seguir, não tem equipe, não se forma um intensivista assim”.

O médico Flaviano Ventorim, presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná, que também participou da coletiva, explicou que, neste momento, o mercado está com uma alta demanda de procura por medicamentos e equipamentos e que, em breve, é possível que esses insumos possam faltar.

Flávia Quadros, superintendente de Gestão da SMS, relatou que a cidade a medida é drástica, mas necessária. “Hoje todos os pacientes de Curitiba estão sendo assistidos. O limite é esse, chegar no momento em que nós não conseguimos atender”, alertou Flávia. “Precisamos frear para não chegar na hora de termos que escolher”.

A Secretaria Municipal da Saúde pediu a colaboração de toda a população para diminuir a circulação de pessoas na cidade. A intenção é barrar o contágio e desafogar o sistema de saúde, que está sobrecarregado.