Vacinação faz morte de idosos cair 74% em Curitiba, anuncia secretária de Saúde

por Redação RIC.com.br
com Prefeitura de Curitiba
Publicado em 6 ago 2021, às 15h00. Atualizado às 16h18.

Um levantamento sobre os efeitos do avanço da vacinação contra a Covid-19 em Curitiba, realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado nesta sexta-feira (6) durante coletiva de imprensa, aponta que os óbitos de pessoas com 60 anos ou mais diminuíram 74% entre março e julho deste ano.

Enquanto em março foram registradas 704 mortes, em julho houve 186 registros de óbitos de idosos. Os internamentos da mesma faixa etária também apresentaram uma queda de 77% no mesmo período e passaram de 1.594 para 365.

De acordo com o Centro de Epidemiologia da SMS, a queda dos óbitos e internamentos são os primeiros impactos da vacinação nesta parcela da população. Em março, apenas 52% das pessoas acima de 60 anos tinham a primeira dose. Em julho, já eram 98% com a primeira dose realizada. Em relação à segunda dose, em março, apenas 8% tinham a segunda dose. Em junho, 51%. Em julho, esse percentual subiu para 92%.  

“A despeito do que falam de algumas marcas de vacina, é importante ressaltar que estes primeiros resultados positivos foram obtidos basicamente com a imunização com a Coronavac”,

afirma a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak.

O grupo de idosos foi vacinado com Coronavac e Astrazeneca, primeiras marcas de vacina a serem disponibilizadas pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

Gráfico da queda da morte de idosos por Covid-19. (Imagem: Reprodução/Prefeitura de Curitiba)

A SMS ressalta que as faixas etárias que receberam Coronavac (85 anos ou mais, 70-79 e metade de 65-69) foram completamente imunizadas (receberam duas doses) antes porque o intervalo para a segunda aplicação desta vacina é menor (de 21 a 28 dias). Grande parte dos vacinados com Astrazeneca (80-85, metade de 65-69 e 60- 65) recebeu a segunda dose recentemente, no final de julho, já que o intervalo entre as doses para esta vacina é de três meses. Portanto os impactos desta imunização com Astrazeneca ainda não foram completamente contabilizados nesta pesquisa da SMS.   

“Estamos demonstrando a importância e eficácia das vacinas utilizadas no Brasil. Vamos continuar seguindo esse caminho para que possamos atingir e para que ocorra a redução da doença. A vacinação é uma ferramenta para enfrentamento da pandemia, as outras ferramentas também continuarão em uso, como máscara, distanciamento e a higienização das mãos”,

declarou o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

Segundo a médica infectologista da SMS Marion Burger, a análise mostra que as vacinas estão cumprindo seu papel coletivo em diminuir hospitalizações e óbitos entre as populações imunizadas, mas pondera que não existe vacina, independentemente da marca, que seja 100% eficaz. “Entre pessoas completamente imunizadas também há riscos, mesmo que menores, de hospitalizações e óbitos”, explica.

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Agravamento dos casos de Covid-19

A secretaria também avaliou o impacto da vacinação sobre o agravamento da doença. Conforme a SMS, em 2020, quando não existia a vacina, os idosos com 80 anos ou mais tinham 25 vezes mais chance de hospitalização e 230 vezes mais riscos de ir a óbito por Covid-19 do que pessoas de 20 a 29 anos. Já em 2021, com a vacinação anticovid, o risco de hospitalização dos maiores de 80 anos caiu pela metade e o de óbitos caiu 66%.

Entre as pessoas de 70 a 79 anos, o risco de hospitalização por Covid-19 foi 16 vezes maior e o risco de morrer foi 106 vezes maior do que o comparado com a faixa de referência (20 a 29 anos) em 2020. Já em 2021, com a vacinação, o risco de hospitalização entre as pessoas de 70 a 79 anos caiu para 10 vezes (uma diminuição de 34%) e de óbitos para 52 vezes (uma diminuição de mais da metade) .

Entre aqueles de 60 a 69 anos, última faixa etária de idosos a ser vacinada e cuja segunda dose foi aplicada recentemente em parte do grupo, a redução também já é percebida, ainda que de maneira mais leve – o risco de óbitos já é 37% menor e de hospitalização caiu 22% em relação a 2020. 

Vacinação em Curitiba

Também nesta sexta-feira (6), a Secretaria de Saúde anunciou a marca de 1,5 milhão de doses aplicadas de vacinas que imunizam contra a Covid-19. O número considera primeira e segunda doses e a vacina de dose única.

Até agora, aproximadamente 75% dos moradores da cidade, acima de 18 anos, já receberam ao menos uma dose de vacina.

Quanto a imunização completa, 411.789 pessoas receberam a segunda dose da vacina até a última quinta-feira (5) e outras 36.878 pessoas foram vacinadas com a dose única.

Durante entrevista, a secretária de saúde foi enfática ao ressaltar que a possibilidade de finalizar a vacinação dos adultos antes do final de setembro depende apenas do Governo Federal. “Se nós tivermos vacina nós vamos cumprir antes, o problema é ter a vacina. E isso não está na mão do nosso município, nem do estado, a aquisição de vacinas e a entrega de vacinas é por conta do governo federal.”

Huçulak ainda declarou que a vacinação por faixa etária poderia estar mais adiantada caso o Ministério da Saúde não tivesse priorizado inúmeros grupos em detrimento dos outro e explicou que agora a vacinação ocorre apenas por idade. “A perspectiva é que a gente avance nesse calendário, principalmente, que agora o Governo Federal decidiu trabalhar por idade, porque a gente muita vacinação por grupos, cada hora aparecia um grupo novo para a gente vacinar. Eu diria que a gente poderia estar tranquilamente vacinando 25 anos ou menos. O Governo Federal decidiu inclusive, com relação, às lactantes que a vacinação agora é por idade. Não tem mais vacinar nenhum grupo, eles já tiveram todas as oportunidades. Não haverá repescagem de comorbidade, nós vamos agora por idade”, completou a secretária.