Paraná confirma segunda morte causada pela variante Delta da Covid-19
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) confirmou o 4º caso e a 2º morte causada pela variante Delta no Paraná durante a tarde desta quarta-feira (7). Trata-se de um homem de 58 anos morreu no dia 14 de maio e era filho de um casal que também foi confirmado com a cepa em Apucarana, no norte do Paraná.
O primeiro caso da variante no Paraná foi confirmado em uma idosa de 71 anos que havia tido contato com casos confirmados fora do estado. Ela vivia com o marido de 74 anos e com o filho de 58 anos. O idoso e o filho são os 3º e 4º casos. Já o 2º caso é uma grávida de 42 anos que foi visitada pela filha da idosa confirmada. A gestante morreu no dia 18 de abril e foi o primeiro caso de morte causado pela variante no Brasil. O bebê sobreviveu.
Irina Riedige, diretora técnica do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), explica que todos os casos da variante Delta foram confirmados na cidade de Apucarana e fazem parte do mesmo núcleo familiar que vem sendo investigado no município, o que não caracteriza transmissão comunitária.
“A gente tem acompanhado muito de perto a potencial introdução dessa variante aqui no estado. Até o momento, que nós temos confirmação é um cluster de casos e teve essa introdução específica no município de Apucarana com repercussão em alguns municípios vizinhos. Mas é um cluster que aparentemente está contido, estamos acompanhando em todo o Paraná e até o momento não temos confirmações de casos em outras regiões”,
disse Irina.
Em conversa com a RIC Record TV, pouco antes do 4º caso ser confirmado, o secretário de Saúde, Beto Preto, não descartou a possibilidade de um novo surto ocorrer no estado devido a circulação da cepa Delta. Ele exemplificou lembrando que no início de 2021, o Paraná sofreu uma alta de casos, internamentos e óbitos causados pela transmissão comunitária da cepa P1 Amazônica.
“A variante Delta circula no Paraná desde o mês de abril e talvez ali na frente tenhamos mais casos demonstrados. Nesse momento são apenas três, mas isso não descarta que nós possamos, em algum momento, ter um número maior, mais prevalente. Quero lembrar que em fevereiro e março, 25% dos casos, naquele momento em que a curva acelerou para cima, eram da cepa P1 Amazônica aqui no Paraná. Nós temos nesse momento, a confirmação da cepa amazônica em 80% dos casos. Então, em apenas 120 dias, houve uma explosão da prevalência desses casos. Então, a variante Delta é uma preocupação”,
falou Beto Preto.
Por outro lado, o secretário ressaltou acreditar que o avanço da imunização da população pode conter uma explosão de casos mesmo com a nova variante. “Talvez nas mesmas proporções não, mas cautela e canja de galinha são situações que a gente tem que levar sempre. Nessa questão da saúde não existe nunca e sempre. Nós precisamos avaliar números com bastante lucidez e instituir as medidas necessárias em cada momento. […] Acredito que nesse momento as vacinas disponíveis no Brasil conseguem segurar a evolução mais dura da doença e isso é importante frisar, por isso, a gente reitera a necessidade da vacinação continuar evoluindo”, completou.
Sobre o potencial da Delta, Irina destacou que ainda não existem estudos que comprovem a maior transmissibilidade ou letalidade da variante. “A Delta, o que gente sabe até o momento, é que as alterações conferem potencialmente maior infectividade e maior poder de causar doença. Mas isso ainda é especulativo, nós não temos estudos ainda que nos digam com segurança que essa variante é X vezes mais transmissível que a original ou que é tanto % mais letal que a original”, explicou.