Hiperuricemia: o que é, quais as causas e forma de tratamento

por Redação RIC.com.br
em parceria com Luana Fogaça. Com informações do site Drauzio Varella, Plataforma METIS, Guyton Fisiologia Médica
Publicado em 29 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 27 ago 2020 às 15h30.

A palavra hiperuricemia passou a ser uma das mais buscadas no Google depois que o Hospital Santa Cruz, de São Paulo, confirmou a morte de um jovem de 26 anos por Covid-19.

Isso porque, segundo a instituição de saúde, a vítima estava em tratamento para a doença em questão. 

Por isso, o RIC Mais preparou um guia com todas as informações sobre o que é, as possíveis causas, tratamento, dieta, entre outros, para você entender um pouco mais sobre o assunto. Confira!

O que é hiperuricemia e gota

A hiperuricemia, popularmente conhecida como ácido úrico, é a presença de níveis altos de ácido úrico no sangue.

Ela pode levar à Gota, doença inflamatória que atinge sobretudo as articulações, e em alguns casos ao acometimento renal (nefrolitíase por uratos). 

A presença de hiperuricemia também é associada a fatores de risco como:

  • Hipertensão arterial;
  • Hiperlipidemia;
  • Diabetes e doenças cardiovasculares

Quais são as causa

O ácido úrico é naturalmente produzido pelo organismo humano e é o resultado da quebra de moléculas de purina – proteína contida em muitos alimentos.

Depois de degradado parte dele permanece no sangue, enquanto o restante é eliminado pelos rins

O nível de ácido úrico no sangue pode subir pelos seguintes motivos:

  • porque sua produção aumentou muito;
  • porque a pessoa está eliminando quantidade insuficiente pela urina;
  • pelo uso de certos medicamentos.

De acordo com o site Drauzio Varella, quando ocorre a hiperuricemia, cristais de urato de sódio, pequenos e no formato de agulhas, se depositam em vários locais do corpo humano, principalmente nas articulações, mas também nos rins, sobre a pele, entre outros. 

Classificação:

A doença é classificada como primária ou secundária

  • hiperuricemia primária: quando é um problema do próprio metabolismo (como nefropatia juvenil), idiopática (sem causa conhecida) ou causado por dieta com excesso de purinas.
  • hiperuricemia secundária: quando a elevação se deve a doenças pré-existentes (como diabetes, alcoolismo, nefropatias, certos tumores, ) ou por drogas que alteram a produção e excreção de ácido úrico como algumas quimioterapias, anti-inflamatórios, ácido acetil salicílico (aspirina) e diuréticos.

Sintomas da Hiperuricemia

o que é hiperuricemia
Foto: Drauzio Varella

Muitos pacientes são assintomáticos, mas quando manifestados os sintomas da presença elevada de ácido úrico no sangue são: 

  • Dores nos joelhos, tornozelos, calcanhares, dedos do pé, ou outras articulações;
  • Cálculos renais/nefrolitíase (pedras nos rins). Em casos graves pode levar a insuficiência renal aguda ou crônica;
  • Infecções renais;
  • Náusea e vômito;
  • Formação de depósitos de ácido úrico nos tecidos;
  • Pele irritada, vermelha e dolorida nos pés ou pernas 
  • Sangue na urina.

Forma de Tratamento da Hiperuricemia

Pessoas com o distúrbio metabólico precisam evitar uso de diuréticos, anti-inflamatórios, de estresse físico e seguir uma dieta recomendada por profissionais.

Quando necessário medicamentos que inibem a produção de ácido úrico ou que aumentam a sua excreção também podem ser indicados. 

Sobre a dieta

Na dieta, portadores de hiperuricemia precisam evitar a ingestão de alimentos com concentração excessiva de purina – carne vermelha, frutos do mar, peixes, como sardinha e salmão, e miúdos, entre outros.

Por outro lado, leite e seus derivados parecem melhorar a eliminação de ácido úrico e, por isso, costumam ser incluídos no cardápio

  • Também é indicado beber muita água; 
  • Optar por alimentos não industrializados; 
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas. 

Coronavírus e doenças renais crônicas

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, pessoas que têm Doenças Renais Crônicas (DRC) são mais vulneráveis ao novo coronavírus porque não produzem hormônios renais e têm baixa imunidade.

Por isso, elas fazem parte do chamado grupo de risco da Covid-19.