Johnson & Johnson começará a testar vacina contra o coronavírus até setembro

Publicado em 30 mar 2020, às 00h00.

A Johnson & Johnson anunciou nesta segunda-feira (30) que pretende iniciar os testes em humanos de sua vacina experimental contra o novo coronavírus até setembro deste ano. A informação foi confirmada através do site de empresa. 

De acordo com a J&J, serão investidos mais de 1 bilhão de dólares, em parceria com a  agência norte-americana Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado (BARDA), na pesquisa e desenvolvimento do novo antivírus. A ideia é prepará-lo para uso emergencial no início de 2021.

“Estamos muito satisfeitos por ter identificado um candidato a vacina a partir das construções em que trabalhamos desde janeiro. Estamos avançando em um cronograma acelerado para os ensaios clínicos em Fase 1 em humanos, o mais tardar em setembro de 2020 e, apoiados pela capacidade global de produção que estamos ampliando em paralelo a esses testes, esperamos que uma vacina esteja pronta para uso emergencial no início 2021”, explica Paul Stoffels, MD, vice-presidente do Comitê Executivo e diretor científico da Johnson & Johnson.

Vacina contra o coronavírus 

A pesquisa da vacina contra o SARS-COV-2 começou em janeiro de 2020, assim que o sequenciamento do coronavírus ficou disponível. Segundo a própria empresa, ela reuniu esforços de cientistas de várias instituições acadêmicas e os antivírus produzidos desde então foram testados, para identificar aqueles com maior promessa na produção de uma resposta imune em testes pré-clínicos, até se chegar ao principal candidato contra a COVID-19 que, agora, será testado em humanos.

A testagem irá fornecer dados clínicos sobre segurança e eficácia da vacina para que então ela passe a ser produzida em larga escala.

Como parte do compromisso estabelecido com a BARDA, que faz parte do Gabinete do Secretário Assistente de Preparação e Resposta (ASPR) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, a Johnson & Johnson usará sua plataforma de vacinas validada e está ampliando sua capacidade produtiva para que seja possível fornecer suprimento mundial de mais de um bilhão de doses

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Caso seja validada, a vacina contra o coronavírus será fabricada em larga escala para uso emergencial. (Foto: Pixabay)

Ainda segundo a companhia, a empresa planeja iniciar a produção em risco iminentemente e está comprometida em levar ao público uma vacina acessível, sem fins lucrativos, para uso de pandemia de emergência.

“O mundo está enfrentando uma crise de saúde pública urgente e estamos comprometidos em fazer a nossa parte para tornar a vacina COVID-19 disponível e acessível globalmente o mais rápido possível. Como maior empresa de assistência médica do mundo, sentimos uma profunda responsabilidade de melhorar a saúde das pessoas em todo o mundo todos os dias. A Johnson & Johnson está bem posicionada por meio de nossa combinação de conhecimento científico, escala operacional e força financeira para reunir nossos recursos em colaboração com outras pessoas para acelerar a luta contra essa pandemia”, declarou Alex Gorsky, Presidente e CEO da Johnson & Johnson.

Pesquisa antiviral expandida

Além dos esforços de desenvolvimento de vacinas, a BARDA e a Johnson & Johnson também ampliaram sua parceria para acelerar o trabalho contínuo da Janssen na triagem de bibliotecas de compostos, incluindo compostos de outras empresas farmacêuticas. O objetivo da empresa é identificar possíveis tratamentos contra o novo coronavírus

Os esforços de triagem antiviral estão sendo realizados em parceria com o Instituto Rega de Pesquisa Médica (KU Leuven / Universidade de Leuven), na Bélgica.