Começa o júri do ex-PM Peterson Cordeiro, acusado de estuprar e matar Renata Larissa

por Guilherme Becker
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV
Publicado em 3 ago 2021, às 09h48. Atualizado às 09h52.

O júri popular do ex-policial militar Peterson Cordeiro da Mota começou na manhã desta terça-feira (3), em Curitiba. O réu é acusado de estuprar e matar a jovem Renata Larissa dos Santos, no dia 27 de maio de 2018. O corpo da vítima só foi encontrado mais de dois meses após o crime e o ex-pm nunca confessou a autoria.

Durante uma investigação de outro crime envolvendo Peterson, policiais localizaram fotos e vídeos de Renata Larissa algemada dentro do carro do suspeito. O homem segue preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A previsão era que oito testemunhas participassem do júri, sendo seis de acusação e duas indicadas pela defesa de Peterson. Entretanto, uma das mulheres, que também foi vítima do ex-PM, desistiu de participar e reviver o drama da época. Desta forma, serão cinco testemunhas de defesa e duas de acusação. Duas moças que acusam o réu de estupro irão prestar depoimentos.

Familiares de Renata estão em frente ao Tribunal do Júri com faixas em protesto por justiça. O réu não irá comparecer e fará seu depoimento de uma sala especial localizada no Complexo Médico Penal. A expectativa é que a sentença seja proferida até a madrugada desta quarta-feira (4).

Relembre o caso

Na época do crime, Peterson era soldado da Polícia Militar do Paraná e estava lotado no 22º Batalhão da PM, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele teria marcado um encontro com a vítima e a levou até o estacionamento do Zoológico de Curitiba em maio de 2018. A partir disso, o celular de Renata Larissa perdeu o sinal e a jovem desapareceu. A família da jovem, desesperada, não sabia com quem ela havia saído e a polícia não tinha pistas sobre a localização da vítima ou do que teria acontecido com ela.

(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Peterson continuou trabalhando normalmente e, conforme as denúncias feitas para a Polícia Civil, cometeu abuso sexual contra outras mulheres durante o período em que ficou solto. As investigações chegaram até o PM depois de uma mulher que foi estuprada foi até a Delegacia da Mulher e registrou um boletim de ocorrência. Em uma perícia no celular do suspeito para investigar esta outra situação, a polícia encontrou fotos de Renata Larissa algemada com as mãos para trás e nua, sendo estuprada. Foram as imagens que indicaram que o ex-policial poderia ter relação com o caso.

Apesar de estar detido, Peterson negou o crime. Somente dois meses depois, o corpo de Renata foi encontrado, após uma denúncia anônima. Em agosto, a jovem foi localizada morta em um matagal em São José dos Pinhais. Conforme informações da polícia, a vítima foi estrangulada e no seu pescoço estava um pano com dois nós. Devido ao estado de decomposição do corpo e o tempo desde o seu desaparecimento, Renata só foi reconhecida por familiares por uma tatuagem e um piercing. O Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba analisou as digitais da jovem e apenas assim pode oficializar que o corpo encontrado era mesmo de Renata Larissa dos Santos.