Defesa de pai que matou filha tenta mudar entendimento do crime no júri
A defesa de Luiz Carlos Nadolny, de 50 anos, acusado de matar a própria filha, Aline Mioto Nadolny, em 2019, tenta descaracterizar os crimes pelos quais Luiz está sendo julgado nesta quinta-feira (10), no Tribunal do Júri de Curitiba.
Luiz é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, que impossibilitou a defesa da vítima; ocultação de cadáver e feminicídio. Mas conforme o defensor do réu, o advogado Sérgio Padilha, Luiz não ocultou o cadáver da filha. O réu confessa que matou a filha por asfixia. Porém diz não cobriu o corpo com folhas, como dito na época. “Pelo contrário, ele deixou o corpo em local visível, para que logo fosse encontrado”, disse o advogado à repórter Daniela Servieri, da RIC Record TV, que entrevistou o jurista num dos intervalos do júri.
Padilha ainda rebateu a acusação de que se tratou de feminicídio, que é o crime de ódio contra a mulher. O advogado disse que seu cliente matou por causa de uma discussão que pai e filha tiveram, um assunto de família que Aline se recusou em ajudar o pai. E não se tratou de crime de ódio por sua filha ser mulher.
O advogado ainda tenta convencer juiz e jurados de que Luiz tem problemas mentais, resultado de um tratamento psiquiátrico que o réu nunca concluiu, e por isto cometeu o crime sem saber exatamente o que fazia. “Uma pessoa que sai caminhando daqui a São Paulo. Uma pessoa que passa a noite dormindo no mato. Não é uma pessoa normal. Isso vamos tentar mostrar aos jurados”, disse o advogado, na tentativa de inocentar ou reduzir a pena de Luiz.
O júri ainda está em andamento no Tribunal do Júri de Curitiba e tem previsão de encerrar depois das 22h desta quinta-feira (10).
Crime
Aline saiu de casa, no centro de Curitiba, quando o pai passou de carro por ela. Havia três anos que eles não se falavam. Aline embarcou porque o pai queria pedir ajuda, para que Aline intercedesse num assunto com a mãe dela, de quem Luiz já era separado há anos. Ao que tudo indica, Aline se recusou a resolver o problema e, por causa disto, foi morta pelo pai. Depois do crime, Luiz voltou normalmente para casa e não falou nada à atual família.
O corpo de Aline foi encontrado num matagal próximo da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara. Uma semana depois, o pai dela foi preso e confessou que matou a própria filha por asfixia. Luiz está preso desde esta época.