Duplo homicídio pode ter relação com morte de empresário em festa infantil

por Daniela Borsuk
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 10 nov 2021, às 14h31.

A Polícia Civil do Paraná investiga uma possível relação entre a morte de dois homens, executados com vários tiros na manhã desta quarta-feira (10) no bairro Cajuru, em Curitiba, com o assassinato de Ricardo Luis Hortz Marodin, morto no final da festa de aniversário do filho, no último domingo (7), em Pinhais. A equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o duplo homicídio, não confirmou que as vítimas de hoje se tratam dos autores da execução de Marodin, mas também não descarta o envolvimento dos homens com o crime.

Os homens mortos nesta manhã já foram identificados. Se tratam de Thiago Cesar Carvalho, 36 anos, que era ex-policial militar, e Guilherme Antônio da Costa, de 26 anos, funcionário de Thiago. Os homens estavam em um Voyage prata, mesma cor e modelo do carro usado no assassinato de Marodin. Conforme a Polícia Civil, suspeitos de matar a dupla chegaram em um carro e uma moto e esperaram Thiago sair de casa em direção ao carro que o aguardava, conduzido por Guilherme. Quando já estava no veículo, o ex-PM foi surpreendido.

Conforme o delegado da DHPP, Tito Barichello, que investiga o duplo homicídio no Cajuru, houve troca de tiros, mas Thiago e Guilherme foram atingidos por vários disparos e não resistiram aos ferimentos.

“Foi uma emboscada, nós temos ali estojos de calibre 9mm e .45 e esses estojos estão também dentro do veículo, ou seja, as vítimas também atiraram nos executores. Eu contei mais de 15 estojos só por parte daqueles que estavam dentro do veículo das vítimas. As duas vítimas estavam com pistola 9mm e .45, atiraram de dentro para fora do veículo, então significa o que? Que os executores levaram as armas embora”, 

explicou Barichello.

Barichello também informou que agora as investigações irão verificar um possível envolvimento do duplo homicídio com outras mortes, mas ainda é cedo para confirmar qualquer situação. “Nós não descartamos nenhuma possibilidade, vamos investigar a relação com outros homicídios, vamos verificar quem teria interesse porque no homicídio nada vem do nada, se ele está morto agora, alguém organizou uma emboscada e alguém tinha um grande interesse em subtrair a vida dessas vítimas”, pontuou o delegado.

Na região do duplo homicídio havia uma câmera, mas ela não estava apontada para a cena do crime e não flagrou a troca de tiros. O carro das vítimas, o Voyage, estava em dia e foi recolhido para o pátio do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR).

Conforme as primeiras informações obtidas com a polícia, Thiago já foi da aeronáutica e atuou anos como policial militar, até se envolver com a criminalidade e ser expulso da corporação. Ele tinha passagens por porte de arma de fogo e extorsão, estava sendo investigado por um duplo homicídio também no bairro Cajuru e usava uma revenda de carros para esquentar dinheiro do tráfico de drogas. Ainda, logo após a morte de Ricardo, uma denúncia anônima feita para a polícia indicava que um dos suspeitos se tratava de um ex-PM. Já Guilherme não tinha passagens pela polícia.