Após incidente com ferry boat, prefeito decreta estado de calamidade pública em Guaratuba

por Daniela Borsuk
com colaboração do estagiário Pablo Rosa, do RIC Mais
Publicado em 15 jul 2021, às 13h49. Atualizado às 16h00.

Na quarta-feira (14), o prefeito Roberto Justus oficializou um documento que decreta estado de calamidade pública em Guaratuba, no Litoral do Paraná, em “razão do colapso no sistema de transporte aquaviário realizado para travessia da Baía de Guaratuba”. O texto informa que a concessionária responsável pelo trajeto não está atendendo às necessidades dos usuários de forma satisfatória e aponta demora excessiva para a travessia, devido à lentidão do serviço e também à problemas nas embarcações.

Balsa à deriva

Na terça-feira (13), conforme informações da Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos do Paraná, “o rebocador “San Belo”, que estava rebocando a balsa “Rainha dos Valadares”, teve uma avaria de máquinas, deixando o conjunto rebocador e balsa à deriva, ambos pertencentes a empresa concessionária da travessia de Guaratuba”. Os passageiros foram resgatados cerca de 40 minutos após o incidente, com a ajuda de um ferry boat da empresa.

A Marinha também pontuou, em nota, que está fiscalizando frequentemente as balsas utilizadas na travessia para manter a segurança dos usuários do transporte e que retirou de operação algumas embarcações que apresentaram problemas.

Veja um trecho da nota:

“Na manhã do dia 14 julho, foi enviado um Vistoriador Naval da CPPR para realização de perícia do Inquérito Administrativo no rebocador e na balsa envolvidas no incidente. Adicionalmente, a CPPR aproveitou a presença do Vistoriador Naval para realizar inspeção nos ferry boats que operam na travessia. Durante essa fiscalização, foi constatada uma avaria no costado da embarcação “Guaraguaçu” e inoperância em dois motores do rebocador “San Belo”, afetando diretamente a segurança da navegação, motivando a retirada de tráfego das mesmas, ou seja, impedindo a sua navegação até que sejam realizados os reparos necessários a fim de serem liberadas para operar pela CPPR. As embarcações “Nhundiaquara” e “Piquiri” não apresentaram pendências relativas à segurança e continuam autorizadas a operar.”

Calamidade pública

Em um vídeo publicado no Facebook, o prefeito Roberto Justus afirmou que os atrasos extrapolaram os limites e que o incidente de terça-feira colocou em risco a vida dos usuários do transporte.

“Não foi a primeira e nem a segunda vez, e se não tivéssemos tomado essa medida, talvez não seria a última vez a nos depararmos com as balsas à deriva e encalhadas na Baía de Guaratuba. Tivemos a sorte que essas balsas foram empurradas para as águas internas da baía, mas não podemos contar com essa sorte todas as vezes, sendo que se a balsa fosse levada para as águas externas, para o alto mar, muito provavelmente poderíamos estar enfrentando uma grande tragédia, um naufrágio, quem sabe até com mortes”.

informou o prefeito.

Roberto Justus explicou ainda que o decreto oficializado dá mais liberdade para que medidas severas possam ser tomadas pela Prefeitura. “Como por exemplo, a notificação que entregamos para a empresa concessionária, onde estamos exigindo a nova reapresentação de todos os documentos necessários para concessão de alvarás e também os atestados de vistorias de embarcações e comprovantes que essa empresa está cumprindo com todas as obrigações assumidas no contrato de concessão. Fixamos um prazo de 48 horas para o cumprimento desta notificação, sob pena de medidas cabíveis, inclusive, se necessário, a suspensão das atividades prestadas pela empresa”.

Veja o vídeo do prefeito:

O RIC Mais entrou em contato com a comunicação da empresa BR Travessias, responsável pelo serviço, e aguarda retorno.

Atualização

Em nota, a BR Travessias informou que irá cumprir todas as exigências legais e solicitações listadas pela Prefeitura.

Veja na íntegra:

“Sobre o Decreto de Calamidade publicado na tarde desta quarta-feira (14) no Diário Oficial do Município e notificação expedida pelo prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, a BR Travessias Ltda, concessionária dos serviços de transporte aquaviário na Baía de Guaratuba, informa que irá cumprir com todas as exigências legais, atendendo inclusive as solicitações listadas pela Prefeitura na referida notificação. A empresa informa ainda que continua trabalhando no sentido de sanar os problemas registrados na travessia.”