Ginecologista preso em Anápolis suspeito de crimes sexuais pode ter feito vítima no Paraná

Publicado em 9 out 2021, às 14h55. Atualizado às 15h06.

O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi preso, no dia 29 de setembro, suspeito de crimes sexuais contra diversas pacientes. A prisão aconteceu em Anápolis, cidade do estado de Goiás. Um dos abusos cometidos teria acontecido em Porecatu, no norte do Paraná, durante os serviços prestados à cidade entre os anos de 2018 e 2019. Na terça-feira (4), ele foi solto para responder aos crimes em liberdade usando tornozeleira eletrônica. Porém, nesta sexta-feira (9), foi detido novamente, após novas denúncias.

O crime que teria sido cometido no Paraná foi arquivado. Em entrevista ao RIC Mais, a delegada Isabella Joy, responsável pelo caso em Anápolis, informou que a vítima foi procurada novamente e ouvida pela Polícia Civil de Londrina, e não mais a de Porecatu. Retaliações sofridas na cidade de pouco mais de 12 mil habitantes, depois da proporção que o caso tomou nas últimas semanas, teriam motivado a mudança. Procurada pela reportagem, a Delegacia da Mulher de Londrina não confirmou a informação do novo depoimento.

Em 2020, Nicodemos foi condenado em 1ª instância por violação sexual mediante fraude, no Distrito Federal (DF). O médico recorreu da decisão e o caso segue em segredo de Justiça. Na ocasião, a Polícia Civil do DF tentou receber o boletim da denúncia feita no Paraná, mas não obteve sucesso.

Além de responder por violação sexual mediante fraude, Nicodemos Júnior Estanislau Morais também é acusado de importunação sexual e estupro de vulnerável. Ele teria masturbado uma paciente de 12 anos e mostrado imagens pornográficas para a jovem. Contra mulheres maiores de idade, os relatos são de que o médico teria realizado penetração com o dedo, manipulação dos seios, oferta de relações sexuais em troca de consultas gratuitas, entre outros abusos. A delegada Isabela Joy relata que, em Goiás, até terça-feira (4), foram computadas 53 vítimas.

O advogado Carlos Eduardo Gomes Martins, que atua na defesa de Nicodemos, informou ao RIC Mais que não tem conhecimento do processo arquivado no Paraná e que, como o caso corre em segredo de Justiça, prefere não se manifestar.

O acusado tinha permissão para atuar como médico ginecologista no Paraná, DF, Goiás e Pará. Na quarta-feira (6), o RIC Mais foi comunicado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR) de que tanto os registros do DF e Goiás quanto do Paraná estão em “interdição cautelar”, ou seja, sem o direito de exercer temporariamente a medicina. O CRM-PR já havia esclarecido que a suspensão se daria conforme o processo das investigações. Até o fechamento desta matéria, neste sábado (9), seguia ativo a permissão de Nicodemos para atuar no Pará.