Letícia Stefani: juíza determina prisão preventiva de ex-namorado da jovem
A prisão preventiva de Pedro Henrique de Souza Oliveira, de 24 anos, foi expedida pela Justiça de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O jovem é o assassino confesso da ex-namorada Letícia Stefani Inácio Raimundo, de 24 anos, encontrada morta embaixo da escadaria que dava acesso ao apartamento da família.
Na decisão, de quarta-feira (6), a juíza Marcia Regina Hernandez de Lima ressaltou que apesar de Pedro Henrique não ter antecedentes criminais, “sua manutenção sob custódia se revela necessária em face da gravidade do delito praticado”. A magistrada ressaltou ainda que “a sociedade não pode ficar exposta a toda sorte de atos criminosos, em especial nos casos de crime de homicídio qualificado contra mulher, nominado como ‘feminicídio’”.
Pedro Henrique foi preso em flagrante, na última segunda-feira (4), por homicídio, com duas qualificadoras: feminicídio e ocultação de cadáver. Em depoimento, ele confessou o crime, declarou estar arrependido e disse ter sido agredido por Letícia.
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Conforme seu testemunho, ele foi até o condomínio da ex-namorada após ver uma fato dela abraçada com um homem nas redes sociais, aproveitou o momento em que uma moradora saiu de carro para entrar sem autorização no local e ficou aguardando a chegada de Letícia por horas.
“Assim que ela chegou, ela foi indo e entrando sentido casa dela, eu fui conversar com ela. Assim que eu falei com ela, eu peguei no braço dela assim e ela me deu um tapa. Me deu um tapa no rosto, me arranhou [no rosto] e no meu peito. Aí nisso que ela me bateu, eu empurrei ela, no momento em que eu empurrei ela, ela bateu com a cabeça na parede e ficou desacordada no chão”,
relatou o suspeito.
O crime
Letícia Stefani, a técnica de enfermagem que trabalhava no Hospital Cajuru, em Curitiba, saiu de casa para uma choperia com os amigos na noite de sexta-feira (1º), no bairro Uberaba. Depois, foi para a casa de um dos colegas, no bairro Cajuru, onde ficou até às 6h28, e chamou um carro de aplicativo para voltar para o prédio onde morava com os pais, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Às 6h30 de sábado (2), mandou uma mensagem para a mãe avisando que estava indo para casa. Ela iria para um casamento com a família no sábado.
As horas passaram e, por volta das 10h30, a mãe desesperada começou a enviar mensagens para Letícia perguntando onde ela estava. Sem resposta, uma busca foi iniciada para encontrar a jovem. Somente na tarde de domingo (3), o corpo da vítima foi localizado, muito mais perto do que se esperava: Letícia estava morta embaixo da escadaria que dava acesso ao apartamento da família, dentro do prédio onde morava. A jovem tinha marcas de espancamento e um cordão – semelhante a um cadarço – no pescoço. O corpo foi encontrado por um vizinho.
Segundo os pais da jovem, Letícia e Pedro Henrique viveram um relacionamento curto, de apenas cinco meses, e que chegou ao fim quando ela descobriu que o rapaz estava usando o celular para rastrear sua localização e monitorar suas redes sociais. Inconformado com o término, ele passou perseguir a ex-namorada.
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Conforme o delegado Paulo de Araújo, Letícia foi a uma casa noturna com amigos na noite de sexta-feira (01) e, de lá, postou no Instagram uma foto abraçada com um homem. Pedro Henrique viu a foto, novamente começou a rastrear a jovem e decidiu ir até o condomínio dela, esperar que ela chegasse.
O delegado contou que o rapaz ficou pela frente ao local, esperando que alguém saísse de carro pelo portão da garagem, para que ele conseguisse entrar enquanto o portão terminava de fechar. Ele ficou escondido, aguardando a chegada de Letícia.
Assim que chegou, ela deu de cara com o ex-namorado no estacionamento. Os dois discutiram e foi nesse momento que ela deu um tapa e arranhou o rosto de Pedro Henrique. Apesar de confirmar de derrubou a vítima no chão, ele declarou durante o depoimento que não lembra sobre o cadarço no pescoço da jovem, já que ela foi encontrada estrangulada, com o cordão amarrado ao pescoço.