MPPR denuncia ex-marido e amigo à Justiça por morte de Ana Paula Campestrini
O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia à Justiça contra o ex-marido de Ana Paula Campestrini, Wagner Cardeal Organauskas, suspeito de ser o mandante do assassinato, Marcos Antônio Ramon, indicado pela Polícia Civil como sendo o atirador, e Felipe Rodrigues Wada, um técnico de informática de 18 anos que teria apagado as conversas do celular de Marcos após o crime.
Conforme o documento do MPPR, Wagner e Marcos Antônio estão sendo denunciados por feminicídio qualificado pelo motivo torpe e pelo pagamento de recompensa, e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda, Marcos Antônio, juntamente com Felipe, estão sendo denunciados por fraude processual.
Felipe não havia sido citado pela Polícia Civil até então para a imprensa. De acordo com o Ministério Público, o técnico de informática teria apagado as mensagens trocadas entre Marcos e Wagner do celular de Marcos, tendo ciência do conteúdo das conversas. A intervenção no aparelho teria sido feita logo após o assassinato de Ana Paula.
Caso Ana Paula
Ana Paula Campestrini foi morta a tiros na frente do condomínio onde morava com a namorada, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, no dia 22 de junho. O carro da vítima foi atingido por 14 tiros e o crime foi registrado por câmeras de segurança.
No dia 24 de junho, a Polícia Civil prendeu temporariamente o ex-marido de Ana Paula, Wagner Cardeal, suspeito de ser o mandante do crime, e Marcos Ramon, apontado como o atirador que assassinou a vítima.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Ana Paula teria ido até o clube Sociedade Morgenau na manhã do crime, onde pegou uma carteirinha de sócia para que pudesse acompanhar os filhos, de 9, 11 e 17 anos, nas atividades esportivas. O ex-marido, Wagner, era presidente do clube e Marcos era diretor financeiro.
Imagens de câmeras de segurança mostraram um motociclista, que a polícia acredita ser Marcos, seguindo o carro de Ana Paula até o condomínio da vítima. A moto estava sem placas e era idêntica à um veículo que Marcos havia deixado dias antes em um galpão da Sociedade Morgenau.
Ainda, a polícia encontrou um depósito, de R$ 38 mil, de Wagner, passando por uma conta do clube, para Marcos Antônio, que acredita-se que seria o pagamento pelo crime encomendado.
Wagner e Marcos seguem presos, à disposição da Justiça.
Em nota, a defesa de Marcos e Wagner informou que a denúncia é consequência natural da conclusão do inquérito.
Veja na íntegra:
“A defesa dos denunciados WAGNER CARDEAL OGANAUSKAS e MARCOS ANTÔNIO RAMON, que estão à disposição da Justiça, informa que oferta de denúncia pelo MP é consequência natural da conclusão do inquérito e que formulará defesa no curso do processo.
Elias Mattar Assad
Karoline Alves Crepaldi
Louise Mattar Assad
Advogados”