Primeira testemunha é ouvida durante júri popular do assassinato da psicóloga Melissa

Publicado em 23 ago 2021, às 14h52.

A primeira pessoa a ser ouvida na manhã desta segunda-feira (23), durante o júri popular do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, em Curitiba, na capital do Paraná, foi o marido da vítima, o policial civil Rogério Ferrarezzi, que também foi vítima dos atiradores em 2017. Conforme ele, a esposa não se sentia ameaçada em seu trabalho no Presídio Federal de Catanduvas, em Cascavel, no oeste do estado.

De acordo com autoridades que participam do júri, Rogério não pôde ser questionado, tanto pela defesa quanto pela acusação, por motivos médicos.

O júri teve início às 9h no prédio da Justiça Federal em Curitiba, capital do Paraná, e às 12h teve uma pausa para o almoço. Além disso, a próxima pessoa a ser ouvida deve ser o delegado da Polícia Federal Marco Smith, responsável pela investigação do caso. Ele irá participar do júri por videoconferência.

Ao todo, cinco pessoas acusadas de envolvimento na morte da psicóloga, ocorrida em Cascavel, em 25 maio de 2017, estão à disposição do Tribunal do Júri. Apenas um dos suspeitos estará presente, os outros prestarão depoimento de forma online, dos presídios onde estão.

O assassinato da psicóloga

Melissa de Almeida Araújo foi assassinada aos 37 anos, quando chegava em sua casa no Bairro Canadá, em Cascavel. Ela estava dentro do automóvel juntamente com seu marido e com o filho do casal, na época com 10 meses.

Os atiradores estavam dentro de um carro, que seguiu a vítima. Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, eles foram em direção ao veículo no momento em que ela estacionava e dispararam contra o casal.

Rogério conseguiu reagir e, mesmo ferido com vários disparos, matou um dos envolvidos. Já Melissa foi morta dentro da residência, para onde havia corrido, com dois tiros na face. A criança não ficou ferida.

PCC

Melissa era psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas desde 2009 e, segundo a denúncia, o crime foi praticado a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Durante o processo investigatório foi apurado que a servidora era considerada um alvo “fácil” já que não andava armada. O Crime teria sido cometido como uma forma de desestabilizar o sistema prisional em Catanduva (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

O Primeiro Comando da Capital entendia que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não havia regalias ilícitas para os detentos como a entrada de celulares.

Melissa foi o terceiro alvo do comando, outros dois agentes penitenciários também foram mortos:

No dia 02 de setembro de 2016, Alex Belarmino Almeida Silva, agente penitenciário de Catanduvas, no Paraná, foi morto ao ser atingido por 23 tiros, também em Cascavel. Ele teve o carro interceptado pelos atirados, perto do Lago Municipal da cidade.

No dia 14 de abril de 2017, Henry Charles Gama Filho, agente penitenciário de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi assassinado em um bar da cidade.