Reta final: termina fase de interrogatório de testemunhas no júri de Manvailer

Publicado em 8 maio 2021, às 19h36. Atualizado às 19h37.

Terminou neste sábado (8), a fase de interrogatório de testemunhas do júri popular de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a esposa, a advogada Tatiane Spitzner. Hoje, foram exibidos os vídeos dos depoimentos de três testemunhas que não puderam comparecer presencialmente ao Fórum de Guarapuava: duas vizinhas que moravam no primeiro andar do prédio onde o casal morava e também um médico que atendia Tatiane e Manvailer.

As vizinhas falaram sobre terem ouvido barulhos de briga e Tatiane gritando na madrugada em que o crime ocorreu. Uma das testemunhas conta ter ouvido um som de “ahhh” e, logo na sequência, o baque da queda do corpo na calçada. A outra também conta ter ouvido um grito semelhante, mas não soube precisar quando tempo se passou entre o grito e o som do impacto na calçada.

O médico ouvido disse que não detectou sinais de depressão em Tatiane e que receitou um antidepressivo para a advogada exclusivamente para tratar uma dor muscular que ela tinha por conta de tensão e estresse. Também, afirmou que Manvailer o procurou para fazer reposição hormonal e que era muito preocupado com o corpo. O médico conta que receitou testosterona para o réu, mas que não tinha conhecimento se ele utilizava o medicamento com as quantidades prescritas.

Os três vídeos encerraram a fase de interrogatório de testemunhas pela manhã.

Durante a tarde, foram ouvidos dois profissionais contratados e trazidos pela defesa de Manvailer para analisar os laudos oficiais emitidos pelo Instituto Médico Legal (IML) e pela Criminalística. Os assistentes técnicos da defesa indicaram outros aspectos dos laudos: um perito afirmou que seria necessário um impulso para que o corpo de Tatiane chegasse ao solo na distância em que caiu.

Já um médico legista, que analisou as fotos do exame de necropsia do cadáver de Tatiane, argumentou que há indícios de que as lesões de fraturas presentes no corpo, incluindo no crânio da advogada, teriam sido causadas quando ela ainda estava viva. A acusação já havia adiantado durante a semana que exames de necropsia feitos através da análise de fotos não seriam fidedignos. Conforme os assistentes de acusação, devido aos ângulos e iluminação em que as fotos foram tiradas, isso poderia influenciar na análise do corpo e, consequentemente, nas conclusões de necropsia.

A sessão deste sábado (8) ainda está em andamento. O médico trazido pela defesa deverá ser interrogado também pela Promotoria do Ministério Público do Paraná (MPPR) e pelos assistentes de acusação, advogados da família de Tatiane Spitzer.