FOTO: WILSON DIAS/ AGÊNCIA BRASIL.jpg

Ministra alegou trabalho escravo para ganhar salário dobrado

O pedido da ministra dos Direitos Humanos Luislinda Valóis, que na realidade é uma secretaria de governo, mas que tem status de ministério, foi de uma infelicidade extremada. Porém, ela explicita o real pensamento de boa parte do funcionalismo público brasileiro: se locupletar, mesmo que os recursos do erário sejam escassos. O importante é o respeito ao direito individual, não se importando que a sustentação e pagamentos de tudo que almejam venham do dinheiro do contribuinte, e que a eles deveriam servir, com honorários justos ao trabalho que realizam.
Luislinda teve carreira brilhante como desembargadora na Bahia, militou e foi vanguarda contra o racismo e luta em favor das minorias, que tanto precisam de eco para que suas necessidades legais sejam respeitadas, contudo, deveria ser demitida. O requerimento foi para acúmulo de salário, sob a justificativa de analogia à escravidão, já que precisa comprar “roupas, perfumes, batons e maquiagens” compatíveis com a função que executa. Um escárnio humilhante com a rotina de brasileiros que realmente trabalham em tais regimes, atrás do mínimo para sobreviver (1 em cada 5 brasileiros estão na miséria, segundo organismos internacionais). Vale lembrar que a referida ministra já dissera que tem um título honorífico da ONU, algo que nunca lhe foi conferido. Para quem luta por direitos humanos, foi como jogar o trabalho sério, realizado por seus assessores, todo no lixo. Se alguns grupos já são perseguidos e satirizados, mesmo com órgãos específicos lutando por eles, agora, então, foi um desmonte de várias batalhas fundamentais, jogando-as ao descrédito. Isso tudo aconteceu dias depois do retrocesso nas fiscalizações sobre a real servidão laboral, o que a justiça prontamente revogou.

Entretanto, há de se salientar que temos outros ministros do atual governo que acumulam salários, estourando e muito o teto de R$ 33 mil reais, estipulados por legislação; um punhado deles, inclusive, exercem funções de conselheiros em estatais, compondo salário maior e, como dirigentes partidários, não deveriam estar lá, uma clara vedação da “lei das estatais”.
As benesses encontradas no serviço público brasileiro esmagam qualquer chance de crédito na classe governante, bastando-nos ver os R$ 670 milhões de reais, gastos pelo Congresso Nacional nos últimos 3 anos para verbas rescisórias (isso que já ganham carros, salários e outros quetais).

O político esperto, que entender o que o eleitor quer, terá discurso descolado do tradicional, focando em política como sacerdócio, e não como profissão. Existem pré-candidatos se valendo dessa retórica e eles têm grandes chances de ganhar os votos dos desanimados com o status quo.

Era isso!

Sorte e paz!