A atriz conversou com a apresentadora Claudia Cozzella. Confira:
Claudia Cozzella: Alcione, na área artística o que mais lhe trouxe satisfação? TV, cinema…
Alcione: São totalmente diferentes, complementares, aprendizado constante. O teatro possibilita uma troca imediata, a descoberta é diária, o prazer inenarrável.
Claudia Cozzella: Tem algum momento na sua carreira que você considera como “O momento”? Qual foi seu divisor de águas?
Alcione: Quando criei a Maria Angélica, a namorada do Bozó, na TV. Eu vinha de uma carreira bem sucedida como modelo e só aparecia de forma sexy nos programas de humor (“Satyricom”, “Viva o Gosdo”, etc). Me caracterizei, coloquei óculos fundo de garrafa, mudei a voz. Muita gente não me reconheceu – fui muito elogiada, as crianças passaram a me imitar e todos repetiam o bordão “que nem eu!”. Foi o personagem de maior sucesso do programa do Chico Anysio em 1978. Está comprovado no livro da Silva Gontijo : ”A Voz do Povo – O Ibope do Brasil”. Assim ganhei respeitabilidade como atriz.
Claudia Cozzella: Como você conheceu o Chico? E como é ser companheira de um humorista? Ele era engraçado na “vida real”?
Alcione: Eu era contratada da TV Globo e gravava “Satiricon”. Fui escalada para o especial “Azambuja” e então conheci o Chico. Ele me chamou para trabalhar no programa dele e, mais tarde, começamos a namorar. Ele era sério, mas c/ bom senso de humor.
Claudia Cozzella: Qual a melhor lembrança que você guarda dele?
Alcione: Meu filho, Bruno Mazzeo. E a parceria Bozó/Maria Angélica.
Claudia Cozzella: Para você, o que é ter bom humor?
Alcione: Não se deixar levar pelos pequenos problemas, saber enxergar o lado bom das coisas.Enfrentar as adversidades com fé e otimismo.
Claudia Cozzella: Você trabalha como voluntária na Audioteca Sal & Luz, gravando aulas para deficientes visuais… como nasceu esta vontade?
Alcione: Sempre tive e tenho vontade de ajudar a todos. Gravei aulas na Audioteca, criei eventos na Aliança dos Cegos, fui voluntária no Lar do Frei Luiz, fiz shows no Hospital dos Servidores e no INCA (Instituto Nacional do Câncer), além de contribuições financeiras e participações em vários eventos. Quando pequena, em Santos (SP), participei das campanhas “Quanto vale uma criança” e “Faça uma criança sorrir”, com o Moacyr Franco e outros artistas. No momento, infelizmente, não estou engajada em nenhuma causa, mas em breve retornarei às causas sociais – um dever de todos nós.
Claudia Cozzella: Quais seus projetos?
Alcione: Tenho alguns convites, mas nada concreto. Gostaria muito de retornar aos palcos e ter um trabalho mais contínuo na TV.