Alckmin se encontra com Jair Bolsonaro para tratar transição: "foi positivo"
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro esteve no Palácio do Planalto por alguns minutos, nesta quinta-feira (3), com o objetivo de cumprimentar o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que disse que o atual mandatário prometeu uma “transição pautada pelo interesse público”.
O rápido encontro ocorreu depois da reunião da equipe de transição do novo governo, que tem Alckmin como coordenador, com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
“Foi positivo, o presidente convidou –nós já estávamos saindo– para que fosse até lá ao seu gabinete”, disse Alckmin a jornalistas ao deixar o Tribunal de Contas da União (TCU), onde a equipe de transição teve uma reunião com o presidente em exercício do órgão, Bruno Dantas.
“(Bolsonaro) reiterou o que disse o ministro Ciro Nogueira e o ministro general Ramos (da Secretaria-Geral da Presidência), da disposição do governo federal de prestar todas as informações, colaborações, para que se tenha aí uma transição pautada pelo interesse público”, acrescentou o vice-presidente eleito.
Alckmin não quis se alongar sobre o conteúdo do encontro com Bolsonaro. “O presidente fala depois o teor da conversa, mas foi, em resumo, reiterar os compromissos em relação à transição — pautada na transparência, na continuidade dos trabalhos, no planejamento, na previsibilidade.”
Bolsonaro autoriza processo de transição
Bolsonaro não chegou a reconhecer publicamente a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição presidencial, mas deu sinal verde para que seu governo vá em frente com o processo de transição com a equipe do presidente eleito, como prevê a legislação.
O presidente, que tem permanecido no Palácio da Alvorada nesses dias depois das eleições, foi embora do Planalto poucos minutos depois do encontro com Alckmin.
O vice eleito esteve no Planalto para reunião com Ciro Nogueira, quando foi oficialmente apresentado como o coordenador da transição — sua nomeação deve sair na sexta-feira. Com ele estavam a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o coordenador de programa de governo da campanha de Lula, Aloizio Mercadante.
Perguntado sobre como era voltar ao Planalto seis anos depois de ter saído no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff –de quem era um dos ministros mais próximos– Mercadante afirmou que o melhor era voltar pela porta da frente.
“Só tem uma forma de voltar ao Planalto e exercer um cargo público: é pela porta da frente, com voto popular, eleição limpa como a que vivemos”, disse.
(Edição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)
Por Lisandra Paraguassu