Depois de ver o nome do senador mineiro Antonio Anastasia na lista dos investigados da Operação Lava Jato, o PSDB vai discutir como será a atuação do partido a partir de agora na CPI da Petrobras. Os tucanos de Minas defendem a radicalização da postura na comissão como forma de proteger o ex-governador e senador de Minas Gerais, mas ainda não há consenso sobre a estratégia a ser adotada.
Confira a lista completa dos investigados no Petrolão
O partidários consideraram “chocante” a Procuradoria Geral da República (PGR) ter enviado o nome de Anastasia ao Supremo Tribunal Federal (STF) e acreditam que o senador “entrou de gaiato” na lista. Há quem diga que o “conjunto da obra” produzida pelo procurador-geral Rodrigo Janot esteja “bom”, mas que a divulgação dos nomes é apenas o começo de uma série de denunciados que surgirão.
“A melhor defesa vai ser a radicalização da nossa posição para apurar tudo”, pregou o deputado e presidente do diretório estadual do PSDB mineiro, Marcus Pestana. O parlamentar falou em “indignação e perplexidade” no partido e afirmou que a defesa de Anastasia será “a mais fácil da história do Judiciário brasileiro”, afirmando que o mineiro “tem uma vida simples e honesta”. “(A inclusão na lista) é uma forma de incluir um tucaninho na Lava Jato”, criticou Pestana.
Revoltado com o desgaste na imagem de Anastasia, o dirigente disse ainda que o partido agora vai investigar a fundo o esquema de corrupção na Petrobras. “A opinião pública não entende o processo judicial, então ter o retratinho dele nos jornais já é uma punição irreversível. Ele nunca mais será o mesmo”, lamentou.
Na quarta-feira (11), haverá ainda encontro da Executiva Nacional do PSDB em Brasília. “Vamos conversar com o líder, Carlos Sampaio (SP), e ver como vamos conduzir isso”, disse o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), vice-presidente da CPI da Petrobrás.
Na última semana, os tucanos decidiram que avaliarão caso a caso sobre os arrolados nas investigações para definir se entram com representação no Conselho de Ética ou ação dentro do escopo da CPI. “A gente não pode ter um comportamento semelhante ao PSOL de levar todo mundo para o Conselho”, defendeu Imbassahy.
FHC ensaia aproximação com Dilma
Nos últimos dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu a possibilidade de aproximação com a presidente Dilma Rousseff para discutir uma saída para a crise econômica e política. Segundo fontes, o vice-líder da minoria na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS-PE), intermediou uma conversa entre o ex-presidente e o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT).
No Congresso, os parlamentares tucanos se dizem preocupados com o agravamento da crise e a demora na aprovação do Orçamento de 2015. Mesmo assim, dão como certo nos próximos dias a derrubada de vetos presidenciais, entre eles o que trata da tabela de correção do Imposto de Renda (IR).