
O ministro expediu uma ordem de salvo-conduto em favor de Beto Richa e do seu irmão José Richa Filho para que eles não sejam presos cautelarmente
O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) saiu da prisão, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã desta sexta-feira (1º), segundo assessoria de imprensa, após o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, deferir a liminar que determinava a liberação imediatava do político. Carlos Alberto Richa estava preso desde o dia 25 de janeiro, após um pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A juíza federal Danielle Perini expediu o alvará de soltura no início da manhã. Richa saiu do Complexo Médico-Penal em um carro branco, junto de seu advogado, e não falou com a imprensa.
Habeas corpus de Richa
Na mesma decisão, o ministro expediu uma ordem de salvo-conduto em favor de Beto Richa e do seu irmão José Richa Filho para que eles não sejam presos cautelarmente no âmbito da Operação Integração II, exceto se demonstrada, concretamente, a presença de algum dos fundamentos admitidos pela legislação processual para a decretação de tal medida.
O recurso em habeas corpus foi pedido pela defesa em decorrência das Operações Piloto e Integração II, de competência da 23ª Vara Federal de Curitiba. O entendimento da primeira instância é que a prisão era necessária por conveniência da instrução processual, tendo em vista suspeitas de ações para dissuadir uma testemunha do caso.
Operação Piloto e Integração II
A Operação Piloto investiga a suposta participação de Beto e José Richa em um esquema de recebimento de propina do Grupo Odebrecht, e a Operação Integração II apura suposta participação, entre 2011 e 2014, em um esquema criminoso que teria beneficiado empresas concessionárias de rodovias no Paraná.
Segundo o ministro João Otávio de Noronha, não há, no caso, qualquer fundamentação apta a justificar a decretação da prisão preventiva contra o ex-governador. “Nada de concreto foi demonstrado que se prestasse a justificar a necessidade de proteger a instrução criminal e, com isso, justificar a preventiva decretada”, afirmou Noronha.
Richa e filho são denunciados
O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), André Richa e Dirceu pupo foram denunciados pela força-tarefa da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro na compra de um terreno em um condomínio nesta terça-feira (29). A compra aconteceu em 2012.
Segundo a decisão do MPF, as investigações revelaram que André Richa foi beneficiado com pelo menos R$ 2,5 milhões com recursos recebidos em dinheiro vivo, que foram usados para aquisição de, pelo menos três imóveis. Já Dirceu Pupu Ferreira, era considerado um homem da família, e mantinha relação próxima com os operadores Luiz Abi Antoun e Jorge Atherino, recebendo valores desta pessoa para usar em proveitos de familiares do ex-governador.
Beto Richa preso na ‘Rádio Patrulha’
No dia 11 de outubro de 2018, Beto Richa e sua mulher, Fernanda Richa, foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). ‘Rádio Patrulha’ faz parte das investigações sobre o Programa Patrulha Rural, que recupera rodovias rurais.