Curitiba - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser preso no âmbito das investigações que apuram tentativa de golpe de estado. Nos últimos dias, o ex-mandatário também virou alvo de um novo inquérito sobre coação no âmbito do processo. Diante disso, a Polícia Federal (PF) já preparou uma cela especial ao ex-mandarário, semelhante a que ficou Lula (PT), em Curitiba.

ex-presidente Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa
O ex-presidente está em prisão domiciliar no momento, por determinação do ministro Alexandre de Moraes (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Mas dessa vez foi a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, que preparou uma cela especial, localizada no térreo da sede, que fica no Setor Policial do Distrito Federal.

A informação divulgada pela CNN Brasil aponta ainda que o local possui banheiro privativo, cama, cadeira, mesa e televisão. O conforto diferenciado é uma prerrogativa exclusiva de autoridades de alto escalão, em especial presidentes da República.

O portal informou ainda que os agentes da PF estão chamando o local de “cela de Bolsonaro”, mas pode custodiar outras autoridades. Porém, vale ressaltar, que o local foi planejado para o encarceramento de apenas uma pessoa por vez.

Mas o ex-presidente pode ainda, em caso de prisão, ser encaminhado para um batalhão militar, a depender da determinação do STF.

A CNN Brasil noticiou ainda que a cela especial está pronta há pelo menos três meses e que, inicialmente, não teria sido criada para custodiar Bolsonaro.

Quando Bolsonaro pode ser preso?

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a defesa do ex-presidente precisa se manifestar, até essa sexta-feira (22), sobre as conversas em que o político aparece, supostamente, articulando ataques contra o STF para mudar o resultado de seu julgamento, o que seria crime de coação.

Após a entrega das respostas da defesa de Bolsonaro, caberá ao ministro Alexandre de Moraes a decisão sobre possíveis penalidades contra ele.

Além disso, está marcado para o início de novembro o julgamento de Bolsonaro no inquérito que investiga suposta tentativa violenta de golpe de estado, que resultou, no dia 8 de janeiro de 2023, na depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.

Bolsonaro planejava pedir asilo na Argentina

O ex-presidente planejava, segundo a PF, pedir asilo político ao chefe do executivo da Argentina, Javier Milei. Em documento divulgado na noite de quarta-feira (20) pela Polícia Federal, Bolsonaro teria alegado na carta ser um “perseguido político” no Brasil.

O documento divulgado pela PF ainda aponta que Bolsonaro disse na carta “temer pela vida” e que pode “sofrer um novo atentado político”. O ex-presidente também reclama de não ter a “proteção necessária” a um ex-presidente.

Silas Malafaia orquestrou campanha contra o STF, diz relatório da Polícia Federal

Além de Bolsonaro, a PF acredita que o pastor Silas Malafaia também orquestrou campanha contra o STF. No inquérito, Malafaia aparece pedindo para que o ex-presidente grave vídeos atacando o STF, em especial o ministro relator dos inquéritos dos atos antidemocráticos Alexandre de Moraes. Bolsonaro se recusa e é alvo de insistência por parte do pastor.

Pastor Silas Malafaia depois de ser alvo da PF no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro
O pastor evangélico foi alvo de uma operação enquanto desembarcava no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (Foto: Egberto Ras/Enquadrar/Estadão Conteúdo)

O filho do ex-presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) é outro citado no inquérito. A PF acredita que Eduardo está nos Estados Unidos articulando taxações contra o Brasil e sanções contra ministros do Supremo, para alterar os resultados das investigações.

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Erick Mota posando para foto
Erick Mota

Editor-chefe

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.