Curitiba e Paraná - A Câmara Municipal de Curitiba recebeu nesta segunda-feira (12) uma denúncia com pedido de cassação contra o vereador João Bettega (União Brasil). A representação foi protocolada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que acusa o parlamentar de omitir deliberadamente uma condenação por improbidade administrativa envolvendo o ex-secretário municipal de Turismo, José Luiz Velloso.

Segundo a denúncia, Bettega teria tido conhecimento prévio da condenação — ocorrida em uma comarca do litoral do Paraná — e, mesmo assim, não teria se manifestado contra a nomeação de Velloso, indicada pelo Partido Liberal (PL) ao cargo.
Durante entrevista coletiva, um representante do MBL afirmou que o vereador não cumpriu o que prometeu durante a campanha.
“Ele foi eleito com o discurso de independência e fiscalização, promessa que ao longo do mandato deu lugar ao silêncio, omissão e conivência política.”
Bettega foi expulso do MBL
O caso veio à tona na semana passada, quando João Bettega foi expulso do MBL e seus nove assessores pediram demissão simultaneamente. Após tomar conhecimento da condenação, o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), determinou a exoneração imediata de Velloso.
Na manhã desta segunda-feira, Bettega se manifestou na tribuna da Câmara. Em seu discurso, negou qualquer relação com o ex-secretário e defendeu sua trajetória política.
“Eu sempre tenho uma consciência muito tranquila que a minha vida é limpa. Podem revirar minha vida inteira, fui criado na base da honestidade. Esse mandato foi conquistado com muito suor e eu jamais ia me omitir de fazer qualquer tipo de denúncia. Todos sabem meu histórico, que sempre fiscalizei o mau uso do dinheiro público […] Não tenho nenhuma relação com esse secretário. O que estão fazendo comigo é uma injustiça. E se tem essa condenação por improbidade administrativa, tá certo que haja o afastamento.”
O líder do governo na Câmara, vereador Serginho do Posto (PSD), saiu em defesa da conduta do prefeito.
“Todas as certidões foram apresentadas e o próprio ex-secretário assinou de próprio punho que não havia nenhum processo. O caso vindo a fato e há uma condenação transitada em julgado, de imediato o Executivo Municipal fez a sua exoneração.”
Câmara recebe denúncia
Em nota, a Câmara informou que a denúncia será analisada pela Mesa Diretora, que tem até cinco dias úteis para fazer o exame de admissibilidade, etapa inicial que verifica se a representação cumpre os requisitos formais estabelecidos pelo regimento interno.
Se admitida, a denúncia será encaminhada ao corregedor da Câmara, responsável por instaurar um procedimento investigativo e apresentar um relatório com suas conclusões em até 30 dias.
Paralelamente, a vereadora Giorgia Prates (PT), líder da oposição, protocolou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades administrativas e favorecimentos políticos no Instituto Municipal de Turismo. A proposta já foi registrada e aguarda o apoio de ao menos 13 vereadores para ser instalada.
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