Seis vereadores de Curitiba devem abrir mão de carro oficial
Pelo menos seis vereadores já declararam que não irão fazer uso do privilégio do carro oficial. Amália Tortato (NOVO), Dalton Borba (PDT), Denian Couto (PODE), Indiara Barbosa (NOVO), Marcelo Fachinello (PSC) e Professor Euler (PSD) devem abrir mão do benefício. Eles também dizem que vão recusar a cota de combustível mensal e correspondência postal. Só esses três benefícios custam quase R$ 5 milhões durante os quatro anos de mandato.
O primeiro a fazer a recusa oficialmente foi Denian Couto, que já protocolou ofício comunicando a direção da casa. Nas redes sociais, ele disse que “Receber carro, combustível e selo pagos com dinheiro público é imoral”. O parlamentar declarou ainda a intenção de apresentar um projeto de Lei para acabar com o benefício. Dalton Borba e Professor Euler, que já abriram mão desses privilégios na legislatura passada, afirmam que vão continuar da mesma forma. A bancada do partido NOVO, composta por Indiara e Amália, e Fachinello anunciaram que vão seguir o mesmo caminho.
Cada um dos 38 parlamentares da Câmara de Curitiba tem direito a um Volkswagen Virtus 1.6, com direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos. Isso gera um custo de R$ 811.587,72 por ano aos cofres públicos. Além disso, eles podem gastar até 200 litros de combustível por mês, para se ter uma ideia, entre agosto de 2019 e outubro de 2020, último dado disponível no Portal da Transparência, o custo foi R$ 300.799,53. Para fechar, eles ainda possuem o beneficio de correspondência postal. Um contrato com os Correios permitem que eles enviem cartas pagas pelos contribuintes.
Carros sem identificação
Vale lembrar que os carros locados da empresa WS Locações Ltda, com sede em Canoinhas, interior de Santa Catarina, não são identificados. Isso dificulta que a população fiscalize nas ruas se o veículo está mesmo sendo usado em serviço. Há registros de carros cedidos aos vereadores flagrados cometendo infrações de trânsito no litoral catarinense.
No fim do ano passado, um projeto de Lei tentou identificar os carros, mas acabou arquivado. Uma das alegações foi que a Câmara não teria recursos para isso.