Após ser preso preventinamente pela Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (22), em Brasília, Jair Bolsonaro (PL) foi encaminhado à sede da Superintendência da PF. A decisão, que substitui a prisão domiciliar que estava em vigor, foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme o portal O Tempo, a cela de Jair Bolsonaro não é convencional, a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, localizada no Setor Policial Sul, fica no fim da Asa Sul e é cercada por unidades de outras forças de segurança, como Polícia Rodoviária Federal e polícias Civil e Militar. Em frente ao conjunto, estão o cemitério da cidade e hospitais privados.
O complexo da PF reúne diferentes áreas responsáveis pela apuração de crimes federais no Distrito Federal. Além do prédio administrativo, há estruturas voltadas para perícias e equipes especializadas.
Ainda conforme o site, é possível que Bolsonaro seja levado para uma sala no térreo da Superintendência. O espaço passou por reformas no primeiro semestre de 2025. A antiga carceragem do local foi desativada em 2009 e hoje existem apenas duas celas de passagem, usadas para presos em trânsito para o sistema penitenciário.
O ambiente foi improvisado e equipado com banheiro, cama, mesa, cadeira e televisão. A configuração lembra o espaço utilizado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da PF em Curitiba entre 2018 e 2019.
Novos elementos apontados pela investigação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente após tentar violar a tornozeleira eletrônica. De acordo com o ministro, o registro feito às 8h do dia 22 de novembro mostra tentativa de rompimento do monitoramento. A Procuradoria-Geral da República confirmou os dados.

O relator também citou a possibilidade de deslocamento do ex-presidente para embaixadas próximas à sua residência. Esse ponto foi incluído com base em apurações anteriores sobre um possível pedido de asilo a representações diplomáticas.
Ainda conforme o STF, outro fator considerado foi a fuga recente de investigados ligados politicamente ao ex-presidente. Moraes entendeu que esse comportamento poderia indicar adoção de estratégia semelhante.
Vigília convocada e risco de interferência
Na decisão, o ministro mencionou uma convocação pública feita por um parlamentar e familiar de Bolsonaro para uma vigília perto da casa do ex-presidente. Segundo Moraes, essa mobilização poderia gerar aglomeração, atrapalhar fiscalizações e até facilitar eventual fuga. O relator afirmou que ações desse tipo já foram identificadas em outras investigações sobre atos antidemocráticos.
Jair Bolsonaro foi preso após quebra de regras anteriores
O ministro destacou ainda que Bolsonaro descumpriu medidas impostas anteriormente. Entre essas situações, citou publicações indevidas em redes sociais e comportamentos que contrariavam regras da prisão domiciliar.
Com a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão prestes a transitar em julgado, Moraes avaliou que a permanência do ex-presidente em prisão domiciliar não seria suficiente para evitar riscos. O STF entendeu que, mesmo com tornozeleira eletrônica e vigilância policial, não havia garantia de cumprimento das medidas.
Como será o cumprimento da decisão após Jair Bolsonaro ser preso
A Polícia Federal foi autorizada a cumprir o mandado de prisão na manhã deste sábado. O STF determinou que não havia necessidade do uso de algemas e exposição midiática durante a ação. A audiência de custódia será realizada neste domingo (23), por videoconferência.
A decisão traz outras determinações:
- Atendimento médico permanente ao custodiado.
- Necessidade de autorização prévia do STF para todas as visitas, exceto advogados e equipe médica.
- Cancelamento de visitas autorizadas anteriormente no âmbito da AP 2668.
- A ordem será submetida à Primeira Turma do STF em sessão virtual extraordinária marcada para segunda-feira (24).
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