A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituo Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, nesta quinta-feira (25), a prisão preventiva e a quebra de sigilos bancário e fiscal de Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, advogado especializado em direito empresarial, fundador da Nelson Wilians Advogados (NWADV). O investigado é natural de Cianorte, no Oeste do Paraná.

Segundo os parlamentares, Nelson Wilians é ligado a Maurício Camisotti, investigado por suspeita de ser um dos beneficiários do esquema de descontos indevidos dos segurados do INSS.
Autor dos requerimentos de quebras de sigilo, o deputado Rogério Correia (PT) classificou como “graves” as acusações contra o advogado. A Polícia Federal (PF) já havia pedido a prisão de Nelson Wilian, mas teve a solicitação negada monocraticamente pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Acusações apontadas como suspeitas pela CPMI do INSS
Fontes da PF ouvidas pela CNN Brasil aprontam que o advogado teria, segundo as acusações, feito movimentações financeiras através de seu escritório na ordem de R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2023. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) classificou como transações financeiras suspeitas.
A PF apreendeu em endereços ligados ao advogado móveis de luxo, esculturas, quadros, relógios, dinheiro e armas. Também foi apreendida uma Ferrari F8, avaliada em mais de R$ 4 milhões, além de uma réplica da McLaren MP4/8, semelhante ao carro utilizado pelo piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna em 1993.
Segundo Willians Rodrigues, o escritório emprega atualmente mais de mil advogados e atende mais de 20 mil clientes pelo Brasil, tendo sua sede principal situada em São Paulo. Ele nega irregularidades.
“A Polícia Federal já representou pela prisão preventiva do investigado, em razão dos riscos de obstrução da investigação e continuidade delitiva. Embora o pedido tenha sido negado monocraticamente pelo ministro André Mendonça, do STF, permanecem atuais e graves os fundamentos para a custódia cautelar, diante da magnitude da organização criminosa e do prejuízo bilionário causado a milhões de segurados do INSS”, argumenta Rogério Correia no requerimento.
Na última semana, Nelson Wilians Fratoni Rodrigues prestou depoimento na CPMI do INSS como testemunha, mas optou por não responder aos questionamentos, respaldado por habeas corpus concedido pelo STF.
*Com informações da Agência Senado
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