Curitiba - A vereadora Professora Angela (PSOL) protocolou um projeto de lei na Câmara Municipal de Curitiba que prevê a instalação de um “botão antiassédio” em todos os ônibus, terminais e pontos de parada cobertos da cidade.

Curitiba pode ter botão antiassédio no transporte coletivo. Na imagem, vemos a lateral de um ônibus biarticulado de Curitiba parado em uma estação tubo.
Proposta prevê que a Guarda Municipal deverá dar resposta prioritária aos alertas. (Foto: José Fernando Ogura / SECOM

O sistema permitiria um acionamento rápído e sigiloso em casos de assédio ou violência. Ao ser pressionado, o alerta seria encaminhado às centrais da Guarda Municipal e das empresas concessionárias, com a localização georreferenciada em tempo real.

O projeto determina que o dispositivo deverá ser instalado em local de fácil acesso, identificado pela cor lilás e com instruções em Braille, para uso por pessoas com deficiência visual. O botão enviará um alerta silencioso e emitirá um sinal discreto ao motorista ou cobrador, confirmando o pedido de ajuda.

A responsabilidade pela instalação e manutenção dos equipamentos ficaria a cargo das concessionárias e do Poder Executivo. A proposta também prevê que a Guarda Municipal deverá dar resposta prioritária aos alertas, enviando a viatura mais próxima conforme protocolo a ser elaborado pela Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito.

‘Botão antiassédio’ nos ônibus de Curitiba deverá ter mecanismo para evitar acionamentos acidentais

Para evitar disparos acidentais, o botão deverá ter um mecanismo de proteção, como tampa de acrílico ou necessidade de ser pressionado por alguns segundos.

A vereadora Professora Angela afirmou que o objetivo do botão antiassédio é garantir “o direito à cidade com segurança e dignidade para todas as pessoas, especialmente para as mulheres, a população LGBTQIA+ e a juventude”. Segundo ela, casos de assédio e violência sexual no transporte coletivo são uma realidade “cruel e cotidiana”, que impõem medo e restringem a liberdade de deslocamento.

O projeto também prevê que o Executivo realize campanhas de utilidade pública para informar sobre o funcionamento do sistema e conscientizar a população sobre a importância de denunciar situações de assédio e violência. A vereadora afirma que a medida permitirá “coletar dados sobre locais e horários de maior incidência, subsidiando políticas públicas mais eficientes e direcionadas”.

Professora Angela argumenta que a iniciativa não gera “despesa extraordinária”, mas direciona recursos já previstos para uma finalidade de forte impacto social, alinhando o orçamento à necessidade de proteção da população.

O projeto está sob análise das comissões temáticas da Câmara de Curitiba. Após a tramitação nas comissões, a proposta seguirá para votação em plenário.

Mulher sofre assédio em ônibus e é socorrida por passageiros e motorista

Em dezembro do ano passado, uma jovem, de 23 anos, foi assediada por um homem em um ônibus da linha Ligeirão Norte-Sul. A vítima afirmou que o suspeito a xingou e ofereceu dinheiro para que ela saísse com ele.

*Com informações da Câmara Municipal de Curitiba e supervisão de Jorge de Sousa

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Caio Stelmatchuk

Estagiário de jornalismo

Caio Stelmatchuk é estudante de jornalismo na PUCPR, dedica-se a pautas de Cotidiano, Segurança e Economia.

Caio Stelmatchuk é estudante de jornalismo na PUCPR, dedica-se a pautas de Cotidiano, Segurança e Economia.